Lisboa - Na sequência de notícias vindas a público sobre a abertura de um inquérito por parte das autoridades holandesas sobre as relações entre a Sonangol e a Exem, esclarece-se o seguinte:

Fonte: Exem

- O inquérito foi aberto na sequência de um artigo jornalístico português que falsamente alegou como facto comprovado o Sr. Eng. Manuel Vicente ser o “Delfim” e “sobrinho” criado pela irmã do antigo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. O inquérito tem como finalidade averiguar se existem relações familiares que possam ter influenciado a celebração de contratos, parcerias ou relações comerciais entre a empresa Exem ou empresas relacionadas com Sindika Dokolo e a Sonangol (na altura em que o Sr. Eng. Manuel Vicente era PCA da Sonangol) ;


- Os advogados da Exem já enviaram às autoridades holandesas um esclarecimento informando a total disponibilidade em colaborar com este inquérito e informando ainda que o Sr. Eng. Manuel Vicente não é “Delfim” nem “sobrinho” de José Eduardo dos Santos e que a irmã de José Eduardo dos Santos, já falecida, não é mãe do Sr. Eng. Manuel Vicente e, mais, que a irmã do antigo Presidente não criou nem educou o Sr. Eng. Manuel Vicente e que não existe qualquer relação de família;


- Esclareceu-se ainda que a Exem é acionista de 40% da empresa Esperaza, na qual a Sonangol detém 60%. A Exem acordou o investimento e a sua participação na Galp em 2005 com Sr.Americo Amorim, e pagou as suas ações na Esperaza com dois pagamentos, conforme o contrato de compra e venda de ações no valor equivalente a 75 milhões de euros, 11.5 milhões de euros pagos na assinatura do contrato e 64 milhões de euros mais juros pagos em outubro de 2017 em kwanzas ao câmbio do dia, nada devendo à Sonangol pela entrada no capital da Esperaza e desta na Galp.


- O valor pago em kwanzas foi realizado na sequência do acordo celebrado entre as duas acionistas da Esperaza, Exem e Sonangol, em antecipar o pagamento da dívida para Outubro de 2017, uma vez que a dívida remanescente apenas vencia em Dezembro de 2017. Em Janeiro 2018 , ou seja 4 meses depois de ter recebido o pagamento da dívida na integralidade, o PCA da Sonangol Carlos Saturnino, fez a devolução dos valores indicando não aceitar Kwanzas, e informado pretender receber o valor em Euros, uma afirmação contrária a practica e pagamentos recebidos pela Sonangol na altura de outras entidades. Sendo estado angolano o emissor da moeda kwanza , e tendo o Conselho de Administração da Sonangol acordado inicialmente receber o pagamento em Kwanzas ao câmbio actualizado, não se entendeu a razão da devolução do dinheiro, o que gerou um litígio entre as partes estando a decorrer uma arbitragem na Holanda.


A Exem considera bem vindo este inquérito que será uma oportunidade de fazer conhecer os factos e esclarecer várias falsidades e alegações infundadas.

Exem, 14 de Setembro de 2020