Luanda - Nos dias que passam hoje fica cada vez mais evidente que, sem a entrega absoluta de Eduardo dos Santos pela paz, esse bem tão precioso jamais soaria entre nós angolanos. Mas ficou também evidente que, a paz e a prosperidade em Angola não se conquistam unicamente com base em arranjos políticos e econômicos. Todavia, o saldo da guerra deixado por Agostinho Neto face à violação dos “Acordos de Alvor” representa a problemática mais eminente que atrasou ao longo de décadas o País, se Agostinho Neto não violasse os “Acordos de Alvor” hoje Angola estaria à dimensão de África do Sul, Nigéria, do Egipto, ou até mesmo da Índia, porém, Agostinho Neto preferiu sacrificar a paz e a prosperidade pelo orgulho e pela ganância em prol do poder. A intolerância política por parte de Agostinho Neto testemunhou o contrário das aspirações que se propagam no seio do regime em nome deste homem. Neto era o símbolo da mais elevada intolerância política, não permitia vozes contrárias à sua no âmago do seu regime. Foi justamente este valor que fomentou a degradação do regime do MPLA tendo imposto um fraccionismo, do qual ficam recordações que ferem o juízo da humanidade.

Fonte: Club-k.net

A intolerância política e a corrupção no regime de Neto motivaram e promoveram um ambiente incapaz de manter unido o MPLA e o País, tendo desencadeado uma cultura de terror e ódio como alavancas para a construção de um País completamente dividido pelo fraccionismo, sem entendimento entre irmãos do mesmo sangue e da mesma cor partidária.

 

No lugar da cultura da paz, Neto instituiu a cultura do fraccionismo e da mortandade, Neto inseriu na consciência do cidadão, a cultura da guerra como elemento vital para o alcance do poder. Para Neto, a independência não era um fenómeno resultante da unidade de variadas facetas sociais, que dedicavam a sua vida em torno de um bem comum, mas sim, o resultado do mais forte que rompe contra os demais para içar a bandeira da independência em detrimento de todos os demais povos que lutaram pela mesma causa. Foi o saldo da guerra que perdurou mais de trinta anos, umas das marcas emblemáticas de Agostinho Neto, tendo resultado das suas façanhas taxas elevadas de desemprego aos nossos dias, baixo poder aquisitivo do povo angolano e privilégios da classe política.

Neto nunca permitiu ao País a distribuição de renda de forma equitativa, nem sequer a ampliação de oportunidades. Neto não deixou nenhuma marca que viesse dignificar Angola e os angolanos. Neto incentivou ao longo da sua existência uma cultura de ódio e vingança, ao mesmo tempo induziu ao País uma consciência de assassinatos e perseguições, tendo deixado uma influência em direcção a um mundo mais intolerante consigo próprio, nesse caso, Neto deu luz à uma Nação de terror e ódio, onde a morte e a tortura presumiam ser, as únicas sanções disciplinares para quem viesse praticar um acto de cunho delituoso.

 

Neto concebe uma monstruosidade política que nunca se presenciou no cosmo, trouxe à habitar ao planeta o ódio mais temível de toda humanidade, o crédito do desespero inspirado por Neto atravessou fronteiras sobre sucessões de gerações, cujas marcas eram o fraccionismo, a intolerância e a guerra civil que perdurou mais de trinta anos depois da sua morte. Agostinho Neto deixou para a Nação um caos total. Angola apressava as suas mãos para receber uma guerra civil interminável, o País apresentava variados presos de natureza política. Neto era um alcóolatra, como tal, o seu médico cubano, avisava – o sempre para não permitir que o álcool dominasse a sua vontade, e chegasse ao ponto de ser mais importante que qualquer coisa, mas Neto, deixou o álcool roubar – lhe toda saúde ao ponto de apanhar um câncer do fígado. Em Moscovo foi o destino da cura, mas como o destino é irónico, Neto acabou morto em Moscovo, na tentativa de livrar – se de um câncer do fígado que torturava a sua saúde ao não mais poder ser. Foi nessa altura que José Eduardo dos Santos recebeu um País completamente preso em inúmeras circunstâncias, problemas de cunho impossível. Dos Santos terá lutado contra aquilo que parecia impossível aos olhos humanos. De um lado tinha de dar fim a “Guerra Fria” e parar o avanço das tropas da SADF, obstaculizando o sonho do regime do Apartheid, que visava unir África por meio de um regime racista. Do outro lado tinha de fazer face à UNITA que tencionava manter uma desintegridade territorial em Angola.

Uma das marcas mais elevadas do regime netista foi o “27 de Maio de 1977”, esse episódio figura um dos mais temíveis acontecimentos que já terá sucedido na face da terra. O 27 de Maio seria a tentativa de um “Golpe de Estado” falhado, perpetrado por Nito Alves, Sita Vales e Zé Van Dunem. Os seguidores de Nito Alves foram esmagados pelas tropas que estavam estacionadas em Luanda, tudo realizado sob ordem imperial do líder Divino (Neto). O cenário desembocou à uma vária ordem de mortes e violência astronómica, tendo levado à terra do exílio e do silêncio milhares de angolanos (alguns versados em estatística citam haver mais de 30 mil mortos ao longo do 27 de Maio de 1977).

Neto personifica a figura mais corrupta que o País já teve, Neto via na corrupção um grande instrumento do seu governo. O Sr. Monti (primeiro marido da irmã de Neto) terá sido indicado pelo cunhado para ocupar a pasta dos petróleos como Ministro do sector, logo em 1975 após a proclamação da independência por Agostinho Neto. Algum tempo depois, Maria Ruth Neto (irmã mais nova de Neto) ter – se – á divorciado de Monti, e mais tarde desenvolveu um enlace matrimonial com Desidério. Desde logo, Neto moveu a pasta do Ministério dos Petróleos do ex – cunhado ao novo – cunhado, tendo colocado o poder dos petróleos às mãos de Desidério.

 

Carlos São Vicente (genro de Agostinho Neto) não é o único na família de Neto que pesa nas suas mãos desvios de dinheiro de forma ilícita. Irene Neto não é inocente. Todos são milionários à custa da corrupção. A Fundação Sagrada Esperança é um covil de corruptos e ladrões, é por lá onde começa toda ladroagem que terá colocado a família Neto nos píncaros da riqueza. Carlos Manuel de São Vicente (antigo presidente do Conselho de Gestão das AAA) transferiu durante a sua gestão, cerca de 2,9 mil milhões de dólares (valores estes justificados ao Banco Nacional de Angola - BNA) como pagamentos de resseguros, os demais não fizeram o diferente. Não têm nada para fundamentar como se transformaram em bilionários do dia para à noite. Desde logo, a família de Neto personifica uma família de corruptos e ladrões de casta rara. Não há inocentes na família de Neto.

Desde logo, a família Neto enriqueceu à custa da corrupção, não há pobres entre o clã de Neto. São eles que mandavam em Angola, são eles que entravam e saíam no País, tinham direito de tudo nesta terra. A empresa Somoil tem como reais patrões o clã de Neto, por sinal, essa é a maior empresa privada de petróleo em Angola. O clã de Neto é o real dono do BAI (Banco Angolano de Investimento).

Neto nunca aceitou tolerância política no seio do seu regime. O MPLA de Agostinho Neto não estava à altura de tolerar nenhum género de dissidência política. O diálogo não encontrava nenhum espaço no seio dos netistas.

Neto personifica a figura mais monstruosa que a política africana já terá mostrado ao mundo, não dava espaço à diálogos e amava a corrupção como ninguém.

Dizer que Neto queria instituiu uma organização plausível no aparelho do Estado angolano, é passar um apagador sobre as suas mais cruéis anarquias sobre o aparelho do Estado, tendo destruído as unidades fabris e outros sectores chaves da economia deixada pelo Estado Novo de Salazar. Neto procedeu a extinção das juntas de freguesia e das administrações civis como exemplo da barbárie imposta pelo seu regime contra aquilo que andava bem. Neto desmoronou todo aparelho do Estado, tendo integrado as freguesias em comissões populares de bairros dirigidas por analfabetos e alcóolatras de um elevado cunho de irresponsabilidade.

 

Das decisões de Neto somente adveio o caos, a maior parte dos arquivos sobre a “Província do Ultramar – Angola” desapareceu, roubados ou queimados por analfabetos e beberrazes que não davam valor ao material arquivado. Por Angola fora, centenas de arquivos da administração do Estado tiveram o mesmo destino provocado por reestruturações de verdugos irracionais. Nas unidades de produção confiou – se à comissões administrativas que foram preenchidas por incompetentes, analfabetos, alcóolatras, arrivistas e comissários políticos. Cometeram – se irresponsabilidades aos piores, os mesmos que glosavam o estribilho da unificação de todos os trabalhadores enquanto, a par disso, se entregavam a uma rapina sistemática dos bens públicos. Diante desta desordem toda do aparelho do Estado instituída por Agostinho Neto, o líder divino do MPLA não se abalou, e, por certo, terá proclamado o famoso “Estado proletário”.

Desde logo, da desordem imposta por Neto terá originado a transformação da economia colonial numa economia ao serviço do povo mediante a aliança de todas as forças produtivas do País, porém, o fruto do qual, foi um colapso total da economia nacional. Se os portugueses deixaram um Estado e um sistema económico e técnico de produção que deu à Angola o estatuto de um dos maiores e mais diversificados exportadores de África, Neto estragou tudo, tendo substituído esse aparato colonial pelo caos sistemático do aparelho do Estado. Desde o topo à base, Neto transformou a máquina do Estado numa igreja de funcionários políticos e bófias da DISA que tinham por missão assegurar a fiscalização da ordem revolucionária.