Luanda - Completado três dos cinco anos previsto na Constituição da República de Angola equivalente a um mandato, João Lourenço opta pela estratégia de cooptação de individualidades das Organizações da Sociedade Civil promovendo assim um sistema de implicação colectiva, ou seja, partilhar responsabilidades com vários actores da sociedade com vista a melhorar a imagem que anda a deteriorar-se a cada novo dia.

Fonte: Club-k.net

A nova estratégia de João Lourenço visa comprar o silêncio de alguns críticos conhecidos na sociedade angolana e encontra respaldo na história recente do país quando em meados dos anos 90, José Eduardo dos Santos percebeu que não gozava de legitimidade política criou o Movimento Espontâneo, a FESA e um sistema de Governo de Unidade e Reconciliação Nacional onde acomodou membros de todos os partidos políticos com acento no parlamento. Naquela altura, havia comités de todo o tipo de especialidades e a alguns partidos foram divididos para melhor o MPLA governar, recordo fielmente da UNITA-Renovada e da FNLA-Renovada criadas por Miala e o Kopelipa entre 1997 à 1998.


A Constituição de uma Comissão Económica e Social no actual contexto político, econômico e social com mais de 40 integrantes é o primeiro de muitos passos que serão marcados até 2022 para garantir a continuidade de João Lourenço na Presidência. Vale aqui lembrar que João Lourenço quase que sempre falha nas suas medidas políticas, foi assim com a Operação Resgate, a Operação Transparência, o repatriamento de capitais, o aplicativo Qualificar que de acordo com a propaganda iria oferecer três mil cursos em diversos níveis de ensino, sobretudo para jovens e foi assim com a feira do emprego.


João Lourenço tem sido vítima de criticas de todos os quadrantes, quer pelos membros do seu partido, quer pelo maior partido na Oposição, quer pelos activistas e quer por parte da sociedade em geral. A esfera política em Angola tornou-se mais interessante. As pessoas encontram cada vez mais razões para participar na vida pública. O surgimento do Movimento Jovens pelas Autarquias, o Movimento Feminista Ondjango, o Movimento Panafricanista e as novas dinamicas de associativismo cibernetico são exemplos claros que o país já não é o mesmo. Logo, há uma necessidade de mudar o paradigma de governação.


O adiamento das Autarquias Locais sine die foi uma perfeita demonstração de falta de vontade política para se construir um país priorizando o desenvolvimento. Angola é o único país da região austral do continente africano que não implementou eleições a nível municipal, isto permite que o Presidente nomeia 18 governadores e estes por sua vez nomeiam em função da conveniência partidaria 164 administradores violando claramente a Constituição da República de Angola que João Manuel Gonçalves Lourenço jurou cumprir e fazer cumprir em Setembro de 2017.


A constituição deste conselho é mais uma demonstração clara de que João Lourenço não tem e nunca teve uma agenda política de governação, antes pelo contrario governa ao sabor das circunstâncias e desta forma vai colecionando erros gravíssimos na sua governação.