Luanda - António de Jesus Miranda Guedes, comissário chefe da Polícia Nacional na situação de reforma, é acusado de ter burlado um cidadão na quantia de quinze milhões e meio (15, 500.00) de Kwanzas, a pretexto de mediar um negócio de produtos agrícolas na província do Kwanza Sul.

Fonte: Club-k.net

Segundo soube o Club-K, o oficial comissário da PN contactou em Janeiro deste ano o suposto lesado, o cidadão Arlindo Praia, tendo lhe proposto uma parceria para a realização do referido negócio.


Inicialmente, Arlindo Praia ter-se-á mostrado reticente quanto ao sucesso do negócio já que este envolvia alguns milhões de Kwanzas, mas acabaria por ceder às pressões e à aparente seriedade do comissário da PN, uma pessoa que já conhecia há vários anos.


Consta que para a concretização do negócio, o suposto lesado desembolsou do seu bolso a quantia de dois milhões e meio de Kwanzas (2.500,00) e, posteriormente, como o valor era insuficiente convenceu Arlindo Praia a contraírem dívidas no valor no valor de Treze (13) milhões de Kz.


Uma fonte conhecedora dos meandros deste dossier diz que contraíram uma dívida à empresa FA Lubamba, Lda, com sede no Cunene, no valor de oito milhões (8) e à cidadã Anita Dombo, residente em Luanda, cinco milhões (5) de Kz, com a condição de pagarem no espaço de trinta dias, sob pena de arcar com os juros de mora de 50% por cada mês da dívida. “Como garantia do empréstimo, hipotecou duas moradias que possui em Luanda, muito longe de imaginar que estava diante de uma burla. Ele depositava alguma confiança no comissário da PN que se tinha declarado falido por ter já desembolsado muito dinheiro na fase inicial do negócio, tendo este alegado que sem concluir o resto do montante perderia o valor já pago ”, diz a fonte, que preferiu falar sob anonimato, por temer represálias.


Segundo apurou o Club-K, o comissário chefe António de Jesus Miranda Guedes, depois de ter recebido o dinheiro, na presença de algumas testemunhas, no dia 17 de Janeiro deste ano, disse que iria deslocar-se a Benguela, mas dispensou qualquer companhia na viagem para a concretização do negócio. Assegurou que iria entregar o dinheiro a uma terceira pessoa que, por sua, o faria chegar ao destinatário final.


Para surpresa de Arlindo Praia, este viria a receber dois dias depois um telefonema de António Guedes a comunicar-lhe que o intermediário no negócio teria fugido com o dinheiro.


Diz a mesma fonte que o conhecido comissário chefe da PN, que já foi delegado do ministério do Interior nas províncias do Huambo, Moxico e Cunene, é sócio gerente da fábrica de Água mineral São Gonçalo, e que deixou desde aquela altura de dar cavaco.

O Club-K tentou contactá-lo por telefone, sem sucesso.


Abordado sobre o assunto, Arlindo Praia confirmou ter sido enganado, mas disse que não podia fornecer dados, visto que o processo-crime estava sob controlo judicial e em “segredo de justiça”.