Luanda – Um agente da policia nacional foi neste sábado (24), agredido pela população de Luanda, durante a manifestação que visou exigir realização de eleições autárquicas rejeitadas pelo MPLA.

Fonte: Club-k.net

Segundo apurou o Club-K, durante a manifestação, o agente fez disparos a queima-roupa acabando por assassinar um jovem (identificado por Mama África) com dois disparos no peito. Porém, a população ao notar que o agente havia esgotado os seus cartucho, foi por cima do mesmo em forma de retaliação pelos disparos que andou a fazer.

 

“Quem dá, deve esperar receber também. Eles tiveram muitas baixas também, só que não podem divulgar, aliás será a maior vergonha. Vão continuar a apanharem no focinho se não souberem se posicionarem”, escreveu nas redes sociais, um dos manifestantes.

 

Para além do jovem assassinado, a polícia alvejou também no braço a tiro, o secretario da JURA da comuna do mussulo, tendo igualmente ferido uma jovem com dois tiros no abdômen.

 

Apesar de os promotores da manifestação terem na sexta-feira (23), se reunido com a Polícia Nacional para tratar de questões de segurança e ordem do evento, o governo angolano, por procurou, na noite deste mesmo dia, desencorajar a realização da atividade anunciando a entrada em vigor de um “decreto presidencial” proibindo o ajuntamento de mais de cinco pessoas. Com aprovação deste decreto justificado como medida de propagação ao Covid-19, as autoridades tentaram impedir a manifestação invocando medidas de saúde pública.

 

Alguns juristas alertaram como ilegal tendo em conta que os decretos, no geral, entram em vigor depois de 72 horas da sua emissão.

 

Ainda na madruga de sexta-feira para sábado, um grupo de jovens, identificados como “Turma do Apito”, afectos ao Comitê do MPLA no Sambizanga foi visto a ajuda da Polícia Nacional a colocar pneus (de camião) no trajeto entre a chamada Shoprite de Viana até ao Cemitério da Santa Ana. Na manhã de sábado, a referida “Turma do Apito” colocou fogo nos referidos pneus para culpar os manifestantes.

 

Por outro lado, ao notarem que a “Turma do Apito” do MPLA estaria a fazer recurso de pneus queimados nas ruas, dois manifestantes tentaram também fazer o mesmo mas foram desencorajados pelos promotores da manifestação.