Luanda - O antigo administrador do município de Caluquembe, província da Huíla, actualmente a exercer o cargo de director daquela província para Agricultura, Pecuária e Pescas, José Arão Nataniel Tchissonde, está ser acusado de uso de “tráfico de influências junto do Tribunal Supremo”, para onde o dirigente apresentou recurso para a transferência do processo n°. 42/GJP-THP/18, a partir do Tribunal Provincial do Huambo, para se furtar ao pagamento de nove milhões de kwanzas a favor do cidadão Rui Jorge, no Huambo, como indemnização em consequência de um acidente de viação provocado pelo actual director na Huíla, deixando a viatura do ofendido sem proveito, desde 2017.

Fonte: Club-k.net
Acidentss.jpg - 111,14 kBDe acordo com a nossa fonte, o lesado mostra-se preocupada, em total desespero, pela morosidade do processo no Tribunal Supremo, há mais de três anos que o dirigente apresentou recurso para não pagar 9 milhões de kwanzas como indemnização, sendo que o tribunal provincial do Huambo já o terá condenado de acordo com as provas materiais, a pagar este valor pela culpa do acidente que o mesmo reconhece e assumiu desde o momento da colisão.

“O administrador Nataniel goza de muitas influências, por isso pediu para o processo ser transferido para o Tribunal Supremo. Já vão cerca de três anos que o processo não tem resposta. Se fosse um pacato cidadão qualquer, o tribunal não demorava assim", disse a fonte que acompanha o desenrolar a história.

De acordo com a mesma fonte, o acidente teria ocorrido na localidade de Longonjo, província do Huambo, no ano de 2017, quando ao volante de sua viatura (de marca Land Cruizer V8), na companhia de seu motorista, o administrador José Tchissonde, a data dos factos, colidiu com uma viatura da mesma marca que circulava em sentido oposto, conduzida por Rui Jorge, tendo provocado danos irreparáveis a mesma, mas sem vítimas humanas.

Na altura, a polícia de transito local deslocou-se no local sinistro para averiguar as circunstâncias do ocorrido, avança o documento em posse do Club-K. Após averiguação atribui-se culpas ao então administrador, encaminhando o caso ao tribunal do Huambo, onde, por sua vez, após quatros audiências, o tribunal condenou o cidadão José Tchissonde, na altura administrador, como mentor do acidente.

O referido tribunal chegou a condenar o dirigente a dois anos de prisão com pena convertida em multa e indemnização aos danos provocado ao ofendido no valor de nove milhões de kwanzas, em 2017, para substituir uma viatura semelhante.

Ainda segundo um dos advogados do lesado, José Tchissonde, ostentando imunidades enquanto dirigente nas vestes de administrador de Caluquembe, este contrariou a sentença declarada pelo tribunal do Huambo, alegando que os nove milhões de kwanzas estava acima das suas capacidades financeiras, uma vez que se encontrava em missão de serviço aquando do acidente, tendo por sua vez garantido pagar apenas cinco milhões.

Por outro lado, para facilitar ainda mais o processo ao dirigente, o tribunal solicitou ao réu (administrador) para que fosse ele mesmo a adquirir uma viatura semelhante com as mesmas condições (de marca Land Cruiser) no valor de 5 milhões de kwanzas, que dizia predispor, e devolver à vítima. José Tchissonde, por sua vez, “opôs-se insistentemente contra a decisão daquele tribunal em não cumprir com as suas obrigações”, contou a fonte. O Club-K, a partir de Luanda, procurou contactar o acusado para o direito de resposta, mas sem êxito.