Lisboa - Cronologia dos principais acontecimentos desde 1975 em Angola, que assinala 45 anos da independência no dia 11 de novembro.

Fonte: Lusa

15 de janeiro de 1975

Três movimentos de libertação de Angola e o Estado português assinam o Acordo de Alvor, que estabeleceu os parâmetros para a partilha do poder.

31 de janeiro de 1975

Tomada posse Governo de Transição de Angola constituído por representantes de Portugal, da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), presidido de forma colegial por Johnny Eduardo Pinnok (FNLA), Lopo do Nascimento (MPLA) e José Ndele (UNITA).

11 de novembro de 1975

Dia da Independência. Agostinho Neto (MPLA) proclama a independência da República Popular de Angola em Luanda. Holden Roberto (FNLA) afirma a independência da República Popular e Democrática de Angola no Ambriz. Jonas Savimbi (UNITA) faz o mesmo no Huambo. O Brasil é o primeiro país a reconhecer a República Popular de Angola e o governo do MPLA.

23 de fevereiro de 1976

Portugal é o 82.º país a reconhecer a República Popular de Angola e o governo do MPLA.

Janeiro de 1977

O MPLA, apoiado pelos cubanos, usa lança-chamas e bombas de napalm na zona de fronteira com a Namíbia contra posições da UNITA. Dez mil pessoas procuram refúgio na Namíbia e 16 mil refugiados angolanos chegam à Zâmbia.

27 de maio de 1977

Um grupo do MPLA encabeçado por Nito Alves desencadeia um alegado golpe de Estado. A linha afeta a Agostinho Neto mantém o poder, com o apoio dos cubanos. Na sequência do alegado golpe, são feitas várias purgas e perseguições a opositores internos e o MPLA, no seu primeiro congresso, assume-se como partido marxista-leninista, adotando o nome MPLA-PT (Partido do Trabalho).

10 de setembro de 1979

Presidente Agostinho Neto morre em Moscovo. Dez dias depois, o ministro da Planificação, José Eduardo dos Santos, toma posse como Presidente da República.

08 de agosto de 1988

África do Sul, Cuba e Angola aceitam o cessar-fogo depois de negociações em Genebra e Nova Iorque.

31 de maio de 1991

Assinatura do Acordo de Bicesse pelo governo e pela UNITA, que previa o cessar-fogo, constituição do exército único e realização de eleições gerais, sob a supervisão das Nações Unidas.

29 de setembro de 1992

Eleições presidenciais e legislativas. MPLA ganha com maioria absoluta, com a UNITA em segundo lugar. José Eduardo dos Santos foi o mais votado na primeira volta das presidenciais.

02 de outubro de 1992

Savimbi declara as eleições fraudulentas e ameaça regressar à guerra. Duas semanas depois, a ONU valida eleições, considerando-as "genericamente livres e justas".

31 de outubro de 1992

Começam confrontos violentos em Luanda, que duram três dias. Vários altos dirigentes da UNITA são mortos, entre os quais o vice-presidente, Jeremias Chitunda, e o chefe da representação do movimento do "Galo Negro" na Comissão Conjunta Político-Militar e sobrinho de Savimbi, Elias Salupeto Pena. A escalada de guerra torna-se incontrolável, refugiando-se a UNITA no Huambo, onde tinha concentrado o quartel-general.

20 de novembro de 1994

Assinatura do protocolo de Lusaca para a desmobilização das tropas do MPLA e da UNITA, formação de um governo de unidade e de reconciliação nacional.

22 de fevereiro de 2002

Morte de Jonas Savimbi. O governo anuncia que as forças governamentais abateram Savimbi na província do Moxico.

05 de agosto de 2008

Eleições legislativas em Angola, naquela que é a primeira consulta popular após o fim da guerra civil. José Eduardo dos Santos é indicado para Presidente pelo MPLA, que obteve 82% dos votos. A UNITA obtém 10% e o Partido de Renovação Social consegue 3,14%.

27 de janeiro de 2010

Adoção de nova Constituição, que consagra o regime presidencialista. O Presidente passa a ser o cabeça-de-lista do partido mais votado no círculo nacional, em eleições gerais.

31 de agosto de 2012

O MPLA, liderado por José Eduardo dos Santos, vence as eleições gerais com 72% dos votos. A UNITA, liderada por Isaías Samakuva, consegue 18%, e a Convergência Ampla de Salvação de Angola -- Coligação Eleitoral -- (CASA-CE), de Abel Chivukuvuku, atinge os 6%.

23 de agosto de 2017

MPLA vence eleições gerais de 2017 com 61% dos votos, permitindo a nomeação de João Lourenço como quarto Presidente da República de Angola desde a independência. No mês seguinte, José Eduardo dos Santos deixa o poder após mais de 25 anos. João Lourenço toma posse como Presidente angolano e promete lutar contra a corrupção nas instituições do Estado.

15 de novembro de 2017

João Lourenço exonera Isabel dos Santos do cargo de presidente do Conselho de Administração da Sonangol e inicia uma série de ações contra a corrupção. Nos meses seguintes, as autoridades judiciais iniciam uma série de ações judiciais contra figuras do regime de José Eduardo dos Santos, procurando reaver milhões de dólares alegadamente retirados do erário público.