Luanda - Depois de acompanhar atentamente todos os áudios e vídeos nas redes sociais, sobre a manifestação que, a todo custo quis ser impedida, com os mais diversos argumentos jurídicos e não só, chego a conclusão que, o EXECUTIVO não terá um caminho fácil daqui para frente, o povo não é o mesmo, o povo mudou, e, se não olharmos para esta vertente como factor decisor nas políticas e nomeações nestes dias, podemos ter certeza, as tensões continuarão, arrastando consigo o PR e o partido.

Fonte: Club-k.net

Já defendi inúmeras vezes a mudança nas narrativas e na forma de executar as políticas gizadas pelo governo, o povo não é mesmo, tem outras apetência, outros anseios, se não acompanhar milimetricamente estes pressupostos as coisas não correrão bem, mesmo que se culpe a antiga governação, mesmo que se culpe UNITA e ACJ, não será mais suficiente, novos tempos, novas vontades.


Agora, é desaconselhável bater de frente com quem tem fome, com quem não tem emprego, com quem não vê futuro, pois, não tem nada a perder, foi assim com o colono. Deviam era deixar fazer a referida manifestação de forma controlada, de forma tranquila, tal como foi a manifestação em volta da morte do médico Sílvio Dala.


O povo quer ser ouvido, quer mudanças, não quer que se procrastine mais os seus objectivos, e a teimosia de ir a rua hoje, mesmo com todo aparato policial, dissuasão e persuasão, é momento de redefinir as estratégias, definir novas formas de fazer.


Sinceramente, não sei quem está a aconselhar as lideranças, mas está a fazer muito mal, os métodos antigos, já não vão funcionar, é comprar briga, dar protagonismo, bem como ceder publicidade barata. Impor medo, perseguição, molestar, nos dias de hoje, é meter no pódio pessoas que já andam atrás de holofotes.


Quem será o culpado das mortes? Quem será o responsável pelo sangue derramado de um povo que já sofre outras situações pouco abonatórias? A factura virá, teremos de analisar e veremos os resultados nefastos de decisões arcaicas e descontextualizadas.


As pessoas passam, mas as instituições ficam.


Kambundi Katembo
11.11.2020