Luanda - Angola é um dos países do mundo mais ricos em petróleo, uma matéria-prima que é responsável por 50% do seu PIB e quase 90% das suas exportações. E, no entanto, a falta de infra-estruturas tem historicamente impedido o país de reter a totalidade do valor desta sua abundância em recursos naturais.

Fonte: Jornal de Angola

O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) terá um papel fundamental na superação deste obstáculo e nós, Gemcorp, estamos orgulhosos por liderarmos o caminho em parceria com a Sonangol.



O petróleo bruto que Angola produz é actualmente enviado para refinarias na Europa, de onde regressa transformado em produtos refinados mais caros.


Para além de ser um contrasenso logístico, exige a constante utilização de divisas e significa que o valor acrescentado da refinação é capturado por terceiros. Esta situação tem, consequentemente, impacto ao nível do emprego, serviços de apoio, receitas fiscais, entre outros.

Imaginemos que Angola possa não apenas suprir a procura local mas também tornar-se exporta- dor de produtos refinados com margens mais elevadas. Qual seria o impacto de tal transformação quer em termos fiscais, quer ao nível da População angolana?



Estas questões estão no cerne do plano do Governo que visa transformar Angola num país independente ao nível do seu sector energético.



A missão é louvável, mas construir infra-estruturas desta escala e natureza tem um preço elevado e requer experiência. E é aqui que o IDE entra em jogo. Os investidores estrangeiros podem investir capital, assumir riscos e disponibilizar a experiência operacional necessária para entregar projectos de elevada qualidade e dentro dos prazos necessários.


Embora os investidores precisem de ter o retorno do seu investimento, o valor que libertam para todos os interessados pode ser considerável. É por isso que a OCDE classifica o IDE como um “grande catalisador para o desenvolvimento”.

E é exactamente isso que estamos a fazer com a Refinaria de Cabinda. Na semana passada, em conjunto com a Sonangol, tomámos a decisão final de investimento para construir uma refinaria com tecnologia de ponta na planície de Malembo, a cerca de 30 quilómetros a Norte da capital de Cabinda.


A refinaria será o primeiro investimento privado desta natureza em Angola e utilizará a mais recente tecnologia norte-americana quer na sua concepção, quer na sua implementação. Será desenvolvida em três fases de acordo com as melhores práticas de gestão de projecto internacional e de acordo com os mais rigorosos padrões ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG).

A primeira fase do projecto envolverá a construção de uma unidade de destilação de petróleo de 30.000 barris por dia, bem como infra-estruturas auxiliares que incluem um sistema de amarração, oleodutos e uma instalação de armazenamento para mais de 1,2 milhões de barris.

As fases dois e três irão, depois, actualizar a refinaria com uma capacidade de refinação adicional de 30.000 barris por dia, bem como com a instalação de outros equipamentos produzidos com a mais recente tecnologia do sector.

Como um sinal de confiança no projecto e no futuro económico de Angola, tomámos recente- mente a decisão de expandir o seu escopo e o seu tamanho, injectando mais investimento na refinaria. Uma grande parte desse investimento adicional destina-se a construir uma unidade de hidrocraqueamento, que resultará em rendimentos substancialmente maiores de benzeno, querosene e gasolina de alta qualidade para uso local e, em simultâneo, para exportação.

Este investimento adicional conduzirá também à instalação de tanques de arma zenamento de petróleo bruto, oleodutos independentes e outras facilidades para a importação de petróleo bruto e exportação de produtos refinados tudo com a intenção de maximizar o impacto económico positivo e a eficiência da refinaria.

Todo o valor do investimento será financiado de forma privada pela Gemcorp e pelos seus investidores nenhum recurso público será usado em qualquer fase do projecto.

O projecto da Refinaria de Cabinda irá criar cerca de 2.000 empregos directos e indirectos na região, apostando nós na qualificação de mão-de-obra local, por forma a contribuirmos para o de senvolvimento económico e social desta província angolana nos anos vindouros.

2020 tem sido um ano difícil para a economia mundial. Angola, no entanto, tem conseguido enfrentar os desafios de uma forma louvável. Está em vias de chegar a um acordo com a China, o seu maior credor, em relação ao serviço da dívida, ao mesmo tempo que obteve novos financiamentos do Fundo Monetário Internacional e de outras instituições privadas.

O compromisso de facilitar o IDE e a construção da Refinaria de Cabinda são exemplos positivos para o progresso do país.

A Gemcorp está, naturalmente, entusiasmada por apoiar o desenvolvimento de Angola, desig- nadamente no aproveitamento integral e com mais valor acrescentado dos seus recursos naturais. Esperamos, por isso, que o sucesso da Refinaria de Cabinda encoraje outros investidores estrangeiros a alocar capital neste país rico em oportunidades, por forma a impulsionar o crescimento e a prosperidade para todos.