Luanda - O Presidente francês Emmanuel Macron falou, numa entrevista publicada pela revista Jeune Afrique, de uma "estratégia" liderada pela Rússia e Turquia para alimentar o sentimento antifrancês em África, jogando "com o ressentimento pós-colonial".


Fonte: Lusa

"Há uma estratégia em ação, por vezes liderada pelos líderes africanos, mas especialmente por potências estrangeiras, tais como a Rússia ou a Turquia, que jogam com o ressentimento pós-colonial", afirmou o chefe de Estado francês.

"Não devemos ser ingénuos. Muitos dos que dão voz, fazem vídeos e estão presentes nos meios de comunicação em língua francesa são estimulados pela Rússia ou pela Turquia", disse o presidente francês.

Numa longa entrevista, Emmanuel Macron insistiu na "relação equitativa" e na "verdadeira parceria" que a França tem procurado estabelecer com o continente africano, desde que chegou ao poder, em 2017.

O chefe de Estado francês cita, a restituição de obras de património africano a vários países como o Senegal, Benim e Madagáscar, ou o fim do franco CFA, "um marco altamente simbólico que alimentou muitas fantasias e críticas", referiu.

"Penso que entre a França e a África, deve haver uma história de amor", afirmou Emmanuel Macron, que acredita que "não devemos ser prisioneiros do nosso passado".

Para o Presidente francês a diplomacia da França "não se limita à África francófona", lembrando que visitou "países que nenhum Presidente francês jamais visitou".

Depois de visitar Nigéria, Etiópia e Quénia, espera deslocar-se à África do Sul e Angola, num futuro próximo.

Quanto à próxima cimeira França-África, adiada devido à pandemia de Covid-19, "deverá realizar-se em julho de 2021, em Montpellier", disse o Presidente da França. Porém, a cimeira "irá ilustrar uma mudança de método".

"Não vamos organizar uma cimeira clássica, convidando chefes de Estado", mas "propondo pessoas que encarnem a renovação geracional", anunciou.