Lisboa  – A Procuradoria Geral da República (PGR), está em vias de notificar o cidadão Tchino Veladir Silva de Sousa para ser ouvido nos termos de uma queixa-crime  do Governo Provincial de Luanda (GPL), por alegada apropriação de fundos públicos ao tempo em que esteve em comissão de serviço nesta instituição.

Fonte: Club-k.net

PARA RESTITUIR FUNDOS PÚBLICOS 

Antigo funcionário da Sonangol, Tchino Veladir Silva de Sousa é filho do antigo PGR, João Maria Moreira de Sousa e afilhado do General Higino Lopes Carneiro. Quando em Janeiro de 2016, o seu padrinho se torna governador provincial de Luanda, convidou-o para juntos trabalharem no GPL. Através do despacho 228/16, Tchino Veladir Silva de Sousa seria nomeado, em Abril daquele ano, como Director do Gabinete Provincial do Ambiente, Gestão de Resíduos Sólidos e Serviços Comunitários de Luanda.

 

Enquanto responsável do Gabinete Provincial do Ambiente e Gestão de Resíduos Sólidos , Tchino Veladir Silva de Sousa foi colocado na folha de salário da Empresa de Luanda e Saneamento de Luanda (Elisal), remetendo-o numa situação de dupla efectividade na função. Auferia salário do GPL como diretor e na ELISAL como funcionário fantasma cometendo o crime de peculato.

 

Com a entrada de Joana Lina, como governadora de Luanda foi detectado que de Janeiro de 2017 a Agosto de 2019, o antigo diretor Tchino de Sousa auferia um salario mensal de 391 mil kwanzas por esta empresa sem que ele fizesse parte dos seus quadros. O assunto foi remetido a PGR, a fim de o GPL ver restituídos todos os salários que Tchino de Sousa recebeu dos cofres da ELISAL. Segundo cálculos, ao total são 12 milhões de kwanzas que recebeu como deve devolver ao GPL.

 

Foi igualmente “descoberto” que um antigo director do gabinete de Recursos Humanos do Governo Provincial de Luanda, Carlos Sebastião Macuti também constava como trabalhador fantasma da folha de salário ELISAL, no período de Outubro de 2017 até Janeiro de 2018. Quanto a este jurista de formação, a PGR deverá informa-lo que terá aos cofres do Estado cerca de 5 milhões de kwanzas que é o valor que totaliza dos salários que andou a receber indevidamente da empresa de recolha de resíduos de Luanda, sem que fizesse parte dos seus quadros.

Negócio  envolvendo o Velório Provincial de Luanda

Para além destas irregularidades, o antigo diretor do Gabinete Provincial do Ambiente, Tchino Veladir Silva de Sousa é também conotado a uma empresa Cleane Gest, Lda, que fazia gestão do Velório Provincial de Luanda (VPL) cobrando 300 mil kwanzas para a utilização do espaço , durante 24 horas, sem contrapartida para o GPL. No seguimento de reclamações, o então governador Luther Rescova havia afastado esta empresa e baixou para 100 mil kwanzas, o preço para o uso do VPL.

 

Constituída em Maio de 2016, um mês depois de Tchino Veladir Silva de Sousa ter sido nomeado diretor no GPL, a Cleane Gest, Limitada, esta em nome dos cidadãos, Antônia Neto Manuel e Manuel Joaquim Abel Raimundo, ligada a Federação Angolana de Boxe.