Luanda - Angola acaba de ganhar nos últimos quatro meses, três novas rádios privadas, Rádio da Nova Angola, Solidariedade e Platina FM, que se juntam às demais já existentes emitindo em frequência modulada em Luanda. A classe jornalística angolana aplaude o surgimento destes novos órgãos mas não deixa contudo de expressar o receio de possíveis interferências nas suas respectivas linhas editoriais.

Fonte: RFI

Para Tunga Alberto, um dos antigos responsáveis do Misa-Angola, o surgimento de novos órgãos é salutar. O investigador angolano considera todavia que "a liberdade de expressão e de imprensa não se limitam ao número de rádios e jornais novos". O também activista cívico entende que "a expansão da própria liberdade deve ser para comunidades que não têm voz", Tunga Alberto questionando-se igualmente sobre eventuais interferências políticas nas linhas editoriais dos respectivos órgãos de comunicação.

 

Outro jornalista que também se expressa sobre o renovamento do panorama mediático angolano é Alexandre Mahula para quem “se o Estado quer ampliar a liberdade de expressão e imprensa, este último deve dar oportunidade aos novos projectos, visto que a comunicação social acaba por ter um papel preponderante na democratização do país”. Alexandre Mahula acrescenta ainda que "o país precisa de mais órgãos independentes para que não haja limitação no exercício da liberdade de imprensa em Angola".

 

No mesmo sentido, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos saúda o surgimento de novos órgãos de comunicação social porque, a seu ver, "vai permitir maior vivacidade" e "vai possibilitar que mais jornalistas tenham emprego". Apesar disso, Teixeira Cândido não deixa de expressar interrogações. "Qual será a linha editorial? Quão independente será dos proprietários? Esse é o problema que se coloca e que nós atravessamos hoje”, considera o jornalista.