Luanda - A manifestação promovida por Abel Epalanga Chivukuvuku no dia 19/12/2020, em repúdio ao comportamento antidemocrático do Tribunal Constitucional, que recebe Ordens da Direcção do MPLA, para chumbar o PRA-JA Servir Angola, foi um Acto democrático da Cidadania.

Fonte: Club-k.net

Este Acto patriótico foi bem concorrido e participaram nele muitas individualidades da sociedade civil e dos partidos políticos, que exprimiram a sua vontade política e cívica em defesa da democracia plural e dos direitos fundamentais do homem, consagrados na Constituição da República de Angola e no Direito Internacional – da Carta das Nações Unidas.


O que me moveu, que acho extraordinário, é a diversidade de correntes políticas e de movimentos cívicos, compostos por líderes jovens, que fizeram presentes na manifestação, com as mãos dadas, abraçados, a marchar firmemente na luta contra o regime autoritário, corrupto e incompetente, que arruinou o país durante 45 anos de desgovernação.


Para mim, isso constitui uma reviravolta da consciência da juventude angolana e da visão política e cívica da nova geração que vive no mundo da globalização e sabe quais os caminhos apropriados para alcançar a liberdade, a igualdade, a justiça social e o bem-estar da população.


A sinergia, a unidade de propósito e a coesão social são instrumentos potentes de luta, que hoje move a juventude do mundo em busca da nova ordem mundial. Os conceitos caducos da bipolarização, forjados artificialmente em fóruns ocultos, em defesa de interesses pessoais ou de grupos restritos, não se ajusta à realidade actual do país, que exige a congregação de todas vontades da sociedade, numa dinâmica competitiva, justa, credível e transparente.


Eu tenho dito que, nós os mais velhos já fizemos a nossa parte e devemos projectar a juventude, olhando para o globo, vendo como o mundo está a evoluir. Nós, os mais velhos, temos limitações geracionais para entender bem estes fenómenos complexos, que buscam uma nova ordem mundial, que está além do nosso horizonte temporal. A bipolarização, em Angola, promove a oligarquia burguesa que se instalou no país através da acumulação primitiva de capitais.


Acima disso, há muitos compromissos feitos ao longo desta caminhada, que comprometeram a integridade moral de muitos mais velhos, que hoje estão com peso de consciência, virados para negócios ocultos, sem saber as origens dos seus capitais iniciais, sacrificando a causa colectiva, que custou muito sacrifício, muito suor e muito sangue derramado.


Por isso, encorajo os jovens líderes, de todas correntes políticas e cívicas, manter o espirito de união, da cidadania e do patriotismo, que foi manifestado ontem; estar firmes e corajosos; ter a visão clarividente do futuro e pragmática; e não caírem em preconceitos autocráticos que limitam o espaço político, sufocam a diversidade sociopolítica e cultural, e retardam a transformação profunda da sociedade angolana. FORÇA!


Luanda, 20 Dez de 2020