Luanda - A conquista da independência de Angola, foi o resultado de longas batalhas sangrentas, protagonizadas pelos distintos Movimentos de Libertação Nacional (MLN), designadamente, FNLA, MPLA e UNITA, sem esquecer o papel preponderante das igrejas.

Fonte: Club-k.net

Não foi um trabalho específico de uma única pessoa ou de um único partido político (vide Acordos de Alvor de Janeiro de 1975). Infelizmente, o Partido no poder, tem destacado o Agostinho Neto como a única figura de proa e o MPLA como o único movimento de libertação de Angola. Isto é uma grande inverdade!

 

Como é do nosso conhecimento, o objectivo destas batalhas era desarraigar o sistema colonial português e, posteriormente, melhorar as condições de vida, garantido o bem-estar e a qualidade de vida da população.

 

No dia 11.11.2020, Angola completou 45 anos da independência, mas constata-se que o MPLA tem se desviado do objectivo inicialmente traçado pelos outros MLN, esquecendo-se de resolver os problemas básicos do povo. Esse desvio, começa com a grande desproporcionalidade entre a riqueza do país e as condições de vida da maioria dos cidadãos.

 

A vida da maioria dos Angolanos é caracterizada por extrema pobreza, com menos de 1 USD por dia, enquanto que um pequeno grupo de indivíduos cleptocratas está “farto” de riquezas, espalhadas em quatro cantos deste planeta.

 

Só para relembrar, em Angola, são definidos salários mínimos dos privados, por sector de actividade. O salário mínimo na agricultura é de 21.454,10 Kwanzas; nos transportes, serviços e indústria transformadora é de 26.817,60 Kzs; no comércio e indústria extractiva é de 32.181,20 Kzs. O que representa estes “salários” tendo em conta o custo de vida tão elevado?

 

Com o MPLA no poder, a independência de Angola é sinónimo da extrema pobreza, fome, falta de água, falta de energia eléctrica, falta de iluminação pública, falta de casas condignas, falta de água, falta de escolas, falta de educação e ensino de qualidade, falta de estradas e vias de acesso, falta de saneamento básico, falta de salários condignos, ou seja, falta tudo que contribui ao bem-estar e a qualidade de vida das pessoas.

 

John Rawls na sua obra sobre “Uma Teoria da Justiça” referiu que «A justiça é a primeira das instituições sociais, como a verdade o é dos sistemas de pensamento. Embora elegante e económica, uma teoria deve ser rejeitada ou revisada se não é verdadeira; da mesma forma leis e instituições, por mais eficientes e bem organizadas que sejam, devem ser reformadas ou abolidas se são injustas».

 

Já passaram 45 anos desde a proclamação da independência, mas a situação da maioria vai deteriorando-se a cada dia que passa. Assim sendo, a alternância é a única solução sine qua non para separar os angolanos do ciclo vicioso da extrema pobreza.