Luanda - A sociedade angolana voltou a estar escandalizada a face a mais uma denúncia que envolve um governante angolano em esquema de corrupção. Trata-se do ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, que de acordo com uma matéria divulgada pela televisão portuguesa TVI, ele e membros da sua família (mulher, filho, e sobrinho), estão a ser acusados de branqueamento de capitais.

Fonte: Club-k.net

A mesma matéria refere que o ministro entrou para o mundo dos negócios com um dos filhos, estando em funções no governo angolano. A investigação revelou vários negócios da família em Portugal, Dubai e nas Ilhas Virgens Britânicas. Ainda não há uma reacção, pelo menos publicamente, sobre o assunto por parte do visado.

 

Este é mais mais um caso que vem se juntar ao do director do gabinete do Presidente da República, Edeltrudes Costa, que é igualmente acusado de crimes de corrupção, tráfico de influências, denunciada pela mesma televisão.

 

Portanto são casos que não devem ignorados pela justiça angolana. Vale lembrar que em 2017 já se dizia, com a vitória do MPLA nas eleições de 23 de Agosto, estava também garantida a continuidade de corruptos no poder.

 

Embora o MPLA vinha a prometer mudança, mas estava mais que evidente, que o partido dos “Camaradas” não poderia se ver tão cedo, ou mesmo nunca, livre de figuras no seu novo governo, com fichas de trabalho manchadas de actos de corrupção, branqueamento de capitais, nepotismo, assalto ao erário público e outros males que corroem a sociedade angolana.

 

A alegada mudança que o MPLA se propõe fazer, já que lhe foi confiado aos angolanos mais um mandato, devia, primeiramente, passar pela mudança de consciência daqueles que seriam escolhidos para governar Angola.

 

Muitos deles tiveram, desde 1975, um consulado selvagem que deixou visivel várias assimetrias, sobretudo no interior do país, jogando para indigência milhares de angolanos vivendo debaixo da linha da pobreza num país bafejado pela riqueza.

 

O combate à corrupção tem sido um dos principais “cavalo de batalha” de João Lourenço e do MPLA, organização partidária que brindou os angolanos com o slogan “Melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”.

 

No entanto, é mesmo sobre os ombros dos dirigentes deste partido que alguns anos atrás muitas organizações da da sociedade civil, nacionais e internacionais, incluindo as organizações religiosas, com realce para a Igreja Católica, jogaram as culpas e com “provas provadas”, sobre a má gestão do erário público e corrupção generalizada no país.

 

Urge a necessidade de o Presidente João Lourenço reflectir melhor, se vai ou não manter figuras que têm vindo dia-após-dia manchar a imagem da sua governação, deitando por terra toda confiança que lhe foi depositada pelos angolanos, quanto a sua aposta na luta contra a corrupção.