Luanda - O mundo assistiu impávido e assombrosamente a pouca vergonha e o cúmulo da baixeza protagonizada pelo presidente da maior potencia democrática e, que por sinal aqueles que gostam de dar e impingir exemplos de democracia ao mundo; impondo, derrubando quando lhes for conveniente, Governos e Estados todos àqueles contrários a sua condição democrata.

Fonte: Club-k.net

Digo sempre e reitero que não é mal algum seguir bons exemplos e no mundo globalizado e de interesses ao nível da relações internacionais, urge cada vez mais a necessidade de alinharmo-nos nesta corrente, alias; estamos, por enquanto, dependentes do ocidente. Mas mesmo assim digo que não devemos nada a eles a que a matrix moral e ética politica diz respeito! isso é visível e confirmamos essa semana com o Donald Trump a incitar à rebelião explicita seus apoiantes; de maioria supremacia branca a atacarem o Capitólio; a Sede da Democracia dos EUA.

Com essa atitude, ele (o louco D.T) arrisca-se a ser processado e consequentemente sofrer um Impeachment e ser o o terceiro presidente dos Estados Unidos a ser alvo de um processo de destituição, mesmo a faltar 11 dias do término do seu mandato.

Nas minhas publicações, mesmo na corrida para a indicação como candidato pelos republicanos à corrida a Casa Branca, já alertava do perigo em se ter um Donald Trump como futuro presidente dos EUA, não só pela sua ideologia racista, seu narcisismo mas também pelo seu caracter intransigente como pessoa natural, do seu “eu” pessoal e pelas abordagens, visões e perspetivas que tinha (e que consolidava enquanto PR dos USA) sobre vários temas internos e externos; via nele um perigo para o mundo moderno.

Do perfil comportamental que trazei dele, deu-me o pior dos cenários; a evolução de um ditador assim que atingir a presidência e aceder ao poder apetecível da maior potencia mundial, estaria em condições de fazer e pôr em pratica os mais desvaneios da sua mente perturbadora e irrepreensível e isso vimos, no seu mandato com destituições, à bel-prazer dos seus colaboradores mais próximos, até mesmo com o seu vice-presidente Mike Pence tem querelas, aproximação com grupos e lidares extremistas e de segregação e outras loucuras que faz no cargo dos EUA como se a América fosse uma propriedade privada; características próprias de ditadores...confirmou-se meu prognóstico!

A historia não se apaga mas nós não aprendemos com ela, ou não queremos vêr pois se fazermos uma breve investigação, constatamos que todos os ditadores e tiranos tinham o mesmo comportamento e convicções ultra, mesmo antes de tomarem o poder; o Hitler, Josef Stalin, Mengistu Haile Mariam, Augusto Pinochet, o Amin Dada do Uganda só para citar esses; comportamentos iguais; alter ego.! Também temos um perigo bem ao lado, alias, falamos a mesma língua e que para mim constitui também um perigo se não se lhe for posto freios ao seu ímpeto; falo do Umaro Sissoco Embaló da Guiné Bissau.

Os Estados Unidos possuem mecanismos politico-jurídico que impedem pessoas como o Donald Trump tornarem-se presidentes tiranos e ditadores mas mesmo assim foram inertes e permitiram que isso acontecesse mesmo por uns momentos, por isso sou apologista ao recurso à 25.ª Emenda da Constituição dos EUA.

Da cena do dia 06/01/2021 que certamente ficará na história mundial; como o culminar extraordinário de um presidente que recusou deixar o poder e usar da sua visão hipotética de supremacia e intocável, em pôr de rasto as varias agências de segurança (nos EUA existem mais de 17 agencias de defesa e segurança) em permitir (sim permitir) aquelas centenas de pessoas, em plena luz do dia “tomarem” de assalto o Capitólio; um dos edifícios mais bem seguros e protegidos do mundo, o que me leva a confirmar, com preocupação, que houve conveniência e coluio de alguns sectores de segurança domestica.

Isso traz-me a memoria o filme de 2013; Assalto à Casa Branca, protagonizado pelo actor Mike Banning, estrelado pelo ícone Morgan Freeman e dirigido pelo renomado Antoine Fuqua, que no filme vimos a fragilidade da segurança dos Estados Unidos quando se trata de terrorismo interno (como afirmou Biden) ao ponto dos terroristas invadirem a Casa Branca, rederem a administração, assassinar alguns membros e outras consequências ao orgulho americano. Na altura achei o filme um exagero; pura ficção pela fragilidade na segurança e na facilidade dos terroristas assumirem o poder da White House mas com os recentes acontecimentos do Capitólio e de 2011, confirma-se a fragilidade na coordenação e contenção de ataques em solo americano.

Tramp sempre foi da extrema direita; ultra e, com isso aboliu vários tratados, projectos e iniciativas que deram dignidade as populações mais desfavorecidas. Já é tempo de se invocar a 25.ª Emenda e acabar com este essa arrogância cínica de Trump, pois dá mostras de inaptidão para o cargo e com o impeachment, tirar a intenção dele ter perspectivas do day after “político”.

Para o bem da democracia domestica e mundial os EUA devem sancionar Trump de forma exemplar e urgência da maior importância para que actos do género não voltem a acontecer e garantir ao mundo aquilo que defendem; a democracia acima de tudo e não aos golpes de Estado.

 

Moisés Amélia – 09/01/2021