Lisboa – As autoridades angolanas colocaram em liberdade, Júnior Mauricio, o cidadão que fora condenado pelo Tribunal de Luanda a 17 anos de prisão por ter assassinado, em 2012, o ativista Isaías Cassule, atirando-o aos jacarés na margem do rio Dande. O argumento sobre a sua soltura, segundo apurou o Club-K, é justificado como “tendo cumprido metade da pena”.

Fonte: Club-k.net

RECEBEU CONTRAPARTIDAS PARA SE MANTER EM  SILÊNCIO 

Júnior Mauricio “Cheu” era a data dos factos, o diretor adjunto do Gabinete Técnico do Comité Provincial do MPLA de Luanda. Naquele mês de Maio de 2012, o seu grupo recebeu a missão de impedir uma manifestação convocada por Isaías Cassule, que visava exigir pagamentos de antigos combatentes.


Durante o julgamento um dos réus revelou que Júnior Maurício “Cheu”, comandava uma estrutura paralela de segurança chefiada pelo antigo Governador de Luanda, Bento Francisco Bento, e que agia em estreita colaboração com os Serviços de Segurança e Inteligência Militar (SISM), na pessoa do tenente-general José Peres Afonso “Filó”, o então chefe da Direção Principal de Contra-Inteligência Militar.


Em tribunal, Júnior Maurício “Cheu” revelou que cumpriu ordens do tenente-general José Peres Afonso “Filó”, mas este nunca foi julgado, uma vez que o seu então superior hierárquico, Antônio José Maria recusou-se entrega-lo a justiça alegando que estaria fora do país em tratamento médico.


“Cheu” recusou-se também mencionar em tribunal, que cumpria missões especiais para o seu superior Bento Francisco Bento que pelo seu silêncio, aquele responsável do partido ajudava-lhe nas despesas familiares.


Desde que saiu da prisão foi readmitido no Comitê Provincial do MPLA em Luanda e tem sido visto com frequência em barracas na Ilha de Luanda. É lhe atribuído um alegado poder financeiro que de acordo com fontes em Luanda alegam ter beneficiado de um pacto que fez com figuras do regime envolvidas no assassinato de Isaías Cassule, em que se comprometia nunca os citar em tribunal, em troca de contrapartidas.