Prezada doutora Carolina Cerqueira,

A senhora não me conhece de nenhum lugar, mas acomanho com grande preocupação o actual estado da comunicação social pública angolana.


Para começar: gostaria de dizer a vossa excelência que a exoneração de Manuel Rabelais tem para a comunicação social pública, o mesmo feito que teve para o país, a morte de Jonas Savimbi, coincidentemente também no mês de Fevereiro. Tal como Savimbi, o senhor Rabelais era um factor de instabilidade, de terror , exclusão , abuso de poder, nepotismo e factor de crise permanente deste sector nevrálgico da vida nacional. Com a sua arrogância fora do comum, má educação , instalou o estado de medo nos órgão, principalmente na RNA e TPA, colocando em cargos de chefia gente incompetente sem qualquer capacidade. Para a nomeação dessas pessoas, o senhor Rabelais exigia apenas que elas fossem bajuladoras e fieis cumpridores das suas orientações, mesmo aquelas que todos sabem ser fatais para a eficiência das empresas.


Hoje, na RNA e na TPA, ninguém fala a vontade, por causa do elevado número de espiões colocados nas redacções, direcções e departamentos para de seguida informarem o ainda '' infelizmente ministro da comunicação social.


Prezada ministra,


A senhora vai encontrar quadros extremamente desmotivados, sem qualquer vontade de continuar na profissão. Aqueles que são competentes foram preteridos por outros que não sabem absolutamente nada. É assim que uma das principais prioridades do seu consulado deverá ser motivar os quadros. O senhor Manuel Rabelais destruiu as empresas, arruinou as suas finanças, retirou autoridade aos quadros de direcção. Passou ele próprio a gerir a RNA e a TPA, num claro desrespeito a lei das empresas públicas.

A empresa com a situação mais calamitosa é sem sombra de duvidas a RNA. Nesta empresa, nada funciona. As pessoas totalmente desmotivadas fingem que produzem e o resultado é a programação desastrosa que todos somos obrigados a ouvir. Na maioria das direcções , os chefes não percebem nada das suas áreas. Existem casos de direcções que fazem a mesma coisa e um excesso de subdirectores, alguns com estatuto de directores. Um confusão.


Existem ainda cargos de directores adjunto que se justificam. O cargo de chefe de redacção foi banido sem qualquer explicação.


As áreas de informação e programas não possuem qualquer plano de trabalho. Tudo é feito de improviso, sem qualquer planificação e organização funcional. Na informação por exemplo, o director é um especialista em falta de idéia e competência, o mesmo acontecendo com o director do canal A. A diferença entre os dois é que o director do canal A é um pouco mais competente. Sabe escrever e não precisa recorrer a terceiros. O director da área de informação jamais escreveu uma notícia , um único editorial, uma única nota de abertura. nada. Está no cargo por ser um seguidor incondicional de Rabelais. É capaz de matar , trapaçar, roubar , prejudicar os outros e fraudar para se manter no cargo. Ultimamente faz intrigas contra o coordenador d a comissão executiva da RNA. Ele que quando foi DG não fez nada para o bem estar dos trabalhadores. Pelo contrário, arruinou e delapidou a empresa.


Senhora Ministra, fique atenta. Não tarda este senhor Magalhães vai tentar bajular vossa excelência para se manter no cargo. O homem é capaz de tudo.


Na TPA, a situação não é menos catastrófica. Incompetência, incompetência é o lema que norteia a direcção do senhor Hélder Barber, tal como Eduardo Magalhães, um homem que nunca escreveu nada. Vive a custa do Paulo Gomes, o seu animal de estimação que também já o traiu. Barber é conhecido como aeromoço, pelo seu gosto por viagens ao estrangeiro com o dinheiro da TPA. Desde que está lá , já fez mais de cem viagens. E olha que, ele só está há 6 meses no cargo.

Na informação, a Ana Lemos e o Inhanjica são os que comandam. Fazem-no com muita deficiência. A Ana Lemos está lá por ser namorada de Gaspar Santos, o carregador de malas de Rabelais. Esse senhor Gaspar Santos cobrava todos meses, 100 mil dólares a RNA, TPA, ANGOP e JORNAL DE ANGOLA, a mando de Manuel Rabelais. O esquema foi desfeito quando inadvertidamente o Hélder Barber pediu desculpas ao actual ministro pelo atraso desta verba. Descoberta a tramóia: Rabelais fingiu que não sabia de nada e expulsou Gaspar Santos do ministério, colocando-o sob custódia de Humberto Jorge na Rádio Cinco. A verdade no entanto, é que Gaspar não fazia nada sem o consentimento do ministro.


Rabelais é violento. É capaz de matar , corromper para se manter no poder. Tramou o Vieira Lopes , fazendo publicar matérias contra a sua pessoa, numa intermediação feita por Silva Júnior. A sua violenta é tanta que espancou o Eduardo Magalhães no gabinete quando soube que ele havia roubado dois milhões de dólares. Bateu a sua mulher Tina de forma violenta. A noticia saiu no programa balumuka. É esta corja que a senhora encontrará nos órgãos. Salve a comunicação pública. Por  favor.


* Autor identificado