Luanda – A sociedade advoga a não soluções das necessidades socioeconómicas. Isso por causa das dificuldades que a humanidade atravessa, baseada na fome, no desemprego, na mortalidade, na educação, na falta de vida social, etc. Todo isso é reflexo da arrogância técnica dos Estados, infundada na incompetência pessoal, organizacional e do país, e da má gestão, sobretudo em alguns países do nosso entorno por causa da real miséria que a maioria das pessoas vive.

Fonte: Club-k.net
Até mesmo alguns esclarecidos já passam fome, conforme é demonstrado no relatório publicado pela ONG Oxfam, intitulado “O vírus da Fome”, que apurou a existência de lugares no mundo onde cada dia as pessoas buscam matar a fome em contentor de lixo, crescendo assim o índice em tempos da pandemia.

A busca de restos nos resíduos por parte dos jovens e idosos é feito num intervalo de entre 2 a 5 minutos do período diurno até anoitecer, de formas a sobreviverem da morte por fome.

Esta acção repete-se em 16 países contabilizados segundo o referido relatório tais como: América do Sul, Brasil, Venezuela entre outros, Ásia Índia e parte da Europa do Leste o reflexo é notório em RDC, com (15,6 milhões de pessoas) com fome extrema, Etiópia (8 milhões de pessoas), Sudão Sul (7 milhões de pessoas) Sudão (5,9 milhões de pessoas), endossa ainda países como Burkina Faso, Mali, Mauritânia, Nigéria, Chade, Senegal e Níger o estudo menciona que África do Sul passou a ser um país emergente de fome extrema. O texto foi reproduzido e publicado também pelo Jornal de Angola na edição de Sexta-feira, 10 de Julho de 2020, pág. 7.

Quais são as causas do vírus da Fome?

A fome é ausência de alimentos no corpo humano por longos períodos, o que leva a uma baixa do nível de energia do organismo, para realizar seus processos vitais, e isso nenhum ser humano aguenta e acaba por morrer, imaginemos uma criança passando fome sem saber o porquê. É isso que o país vive todos os santos dias.

Esta realidade fez disparar o índice de prostituição masculina e feminina, a infidelidade nos matrimônios, desestruturação social das famílias, roubos, violências, mortes e com maior incidência em problemas psicológicos e violações sexuais a menor e maiores de idade, conforme o averiguado em loco no laboratório criminalista de Luanda, a realidade infundi-nos em um início do Apocalipse, o facto é que os que têm competências incompetentes, têm conhecimento dos factos mais as filhas, filhos, irmãos ou outros familiares não se revejam nestas situações, e a incompetência toma conta do assunto, caindo tudo no deixa andar.

Surgem aqui algumas interrogações. Será que a ciência angolana ou a experiência profissional dos cargos de mando deveriam ser parte das soluções destes problemas? Estes problemas são causados por alguns gestores de mando? Em parte sim, daí o não contentamento dos cidadãos, despoletado os problemas sociais mencionados anteriormente.

E o porquê acontecem tais situações? Primeiro o umbigo pessoal, segundo etu mu dietu, terceiro a causa, e por último, os outros, que sejam mesmo só os outros. Por isso a incompetência tornou-se a abordagem do dia, dia nas redes sociais, dando abertura ao controle da agenda pública, e dos gastos públicos, trazendo a tona várias realidades anteriormente desconhecidas.

Na época vivenciada por Taylor incorporou-se o termo competência com a revolução Industrial, Segundo CARBONE et al (2005: 42), as empresas procuravam aperfeiçoar nos seus empregados as habilidades necessárias para o exercício de actividades específicas, que era restringida basicamente nas questões técnicas ligadas ao trabalho.

Existia a necessidade permanente de aplicar métodos de administração, para garantir o aumento da produtividade. Será que esta metodologia surtiu efeito? Para época vivida sim, e hoje ainda é válida? Analisemos.

Qual é o modelo perfeito de produtividade baseada no conhecimento do saber fazer? Isto depende de cada sociedade, os problemas socioeconómicos de Angola, por exemplo não são iguais a de nenhuma outra parte da terra, isso é como o “DNA” da pessoa, pode haver semelhanças, mais não em uma proporção de 100%. Contudo, o modelo desenvolvido por Taylor hoje em dia pode não ser aplicável. Nesta vertente, não existe um único modelo de produtividade, o mesmo depende da aplicação segundo a necessidade geográfica.

Quais são as competências em falta no país?

São as (Competências Essenciais), porque as organizações estão fragilizadas e feitas ao nível dos representantes e não do seu objecto social, nem dos objectivos na qual foram criadas, do qual as normas, regras e leis instaladas nelas não são compridas, e a (Competência Estadual), porque o Estado não condena todos os actos nocivos, nem soluciona os reais problemas essenciais do cidadão, em contrapartida, muitos gestores de mando ou intermédios são competentes.

Então, porque as competências Essenciais e Estadual não surtem efeito e não são compridas? Por causa do familiarismo e amiguismo, as pessoas estão comprometidas em situações feias, desagradaveis e vergonhasas aos olhos social, mais são protegidas.

Os interesses pessoais estão acima do ESTADO, NAÇÃO, CIDADÃO, se não vejamos, porque tantas práticas maléficas à vista de todos e não são resolvidos? A problemática em Angola têm como base a colocação de pessoas erradas nos lugares errados em todos os sectores da economia, tão simples como isto, vimos no exemplo do “Enfermeiro contratado para fiscalizar obras do PIIM em Benguela”, texto citado por Sampaio Júnior no JA, edição de Sexta-feira, 10 de Julho.

Deve-se valorizar as profissões desde os jardineiros, pessoal de limpeza, técnicos profissionais, técnicos médios, técnicos superiores do 1.º,2.º e 3.º ciclo, isto aconteceria se tivéssemos termos de referências de Modelo real de Gestão do conhecimento e das competências.

A realidade é que algumas nomeações no mundo inteiro ou enquadramento não obedecem regras gerais, nem específicas, alguns mandatários não consideram a formação dos indivíduos como importante para chefiar, mais perspectivar-se-a resultados, e isto é impossível.

Portanto, aqui recai a competência da incompetência, reflectindo assim a não solução dos reais problemas que o mundo vive, e o país em particular, caímos na morosidade de todo quanto é solução, adiamos perspectivas, e continuamos a realizar mais projetos, e o real paradigma continua.

Contudo, os resultados alcançados sempre serão ineficientes e mal alcançados, pouca produtividade, e assim não atingiremos nunca a inovação nem o desenvolvimento se não moldarmos de proceder, só buscamos ajudar com isso o país e os nossos mandatários.

Neste aspecto o que se pode fazer?

Esta realidade começou logo após 1975, e foge dos objetivos do país. Pois, bem! Abre-se aqui, e agora, uma oportunidade na construção de modelos reais de Gestão do CHÁ, para os bairros, distritos urbanos e províncias baseado no conhecimento local e no pensamento global, é urgente desmistificar e acabar com a cabala de amiguismo, tribalismo, nepotismo, classicismo e a corrupção, entre outros males que afeta o mundo a mais alto nível, deve-se partir pela meritocracia, respeito pela vida, e a pessoa deve exercer a tal função se tem alguma qualificação e as competências especificam obrigadas, estes podem e devem ser ajudados. Contudo, devo reconhecer que se observa actualmente alguma luz no fundo do horizonte desta realidade, com nominações de jovens e senhores corajosos em departamentos ministeriais importantes e não só, que em décadas não se via em Angola, o importante agora é deixa-los (às) trabalhar de formas a darem algumas soluções dos problemas já encontrados.

O país tem a missão de construir um modelo de gestão do conhecimento e competências com indivíduos de perfis adequados por via dos recursos humanos nacionais qualificados nas universidades angolanas e não só, para contribuírem na melhoria do desempenho das empresas públicas e privadas, através da ciência e da capacitação contínua com a utilização do saber local, nas mais diversas áreas do conhecimento.

Esta é a era do conhecimento “saber fazer”, “problemas, soluções”. “funções produtividades pessoal”, que reflecte na rentabilidade económica local. Os que não sabiam e hoje possuem poderes, devem abrir oportunidade para a continuidade.

Os postos de mando devem ser exercidos por pessoas academicamente experimentadas e os postos operacionais por pessoas profissionalmente qualificadas, e tecnicamente solucionáveis a mediocridade deve ficar para trás, se não for assim veremos o fim da espécie humana e Angola não irá sair do abismo.

Chamar razão ainda aos protagonistas das abordagens televisivas vazias e sem parâmetros nem metodologias científicas, até já dizem que quando uma pessoa realiza várias leituras pode ser Ph.D., etc. parecendo ser um título de gozo. Precisamos respeitar os títulos académicos, e as formações que alguns angolanos possuem, valorizando suas investigações sobre tudo os científicos nacionais.

A visão dos cargos de mando ou gestores públicos e privados devem incidir na integridade, responsabilidade, competência, respeito, inovação, criatividade, sustentabilidade, compromisso, responsabilidade social, espírito de equipe, ética e rigor, para atrair e reter os melhores talentos nacionais, buscando perfis que a economia necessita para salvarmos o desenvolvimento do país possibilitando a integração de toda força de trabalho.

Sabe-se pela observação dos resultados que pela aprendizagem as carreiras constroem-se em volta das competências e para tais as linhas básicas são de extrema importância, defender e definir o conceito de competência na visão das administrações públicas e das empresas privadas é fundamental, de forma a animar o cérebro do trabalhador.

Como gerir o emocional nas organizações?

Os que têm responsabilidades sociais, devem pensar que o que está a gerir é de todos os angolanos, e não de um indevido. O comportamento humanista, inteligência emocional e o saber fazer, fazem o sucesso de qualquer organização, sabendo que uma organização é um conjunto de pessoas reunidas com a mesma finalidade.

O comportamento organizacional nas suas três dimensões, permitirá que os gestores de capital humano tenham o pleno conhecimento do perfil das pessoas que entregam nas suas equipas. Essa visão detalhada dos colaboradores permite identificar e resolver potenciais pontos de ineficiência e de conflitos, sabendo, pois, que cada indivíduo tem a sua própria verdade, sentimentos e desejos quanto ao trabalho que desempenha.

A cultura organizacional, preocupa se com o estudo do que as pessoas fazem nas organizações e de como este comportamento afecta o desempenho das empresas, nesta componente estão as avaliações de desempenho que podem vigorar como instrumento de medida, já utilizados em muitas organizações públicas e privadas.

Diferente da proposta de Taylor, o comportamento humano não pode ser padronizado como pode ser feito com máquinas e processos. Por mais que as tarefas sejam específicas, cada pessoa reage de uma maneira diferente. “Preparar as pessoas e as organizações para os desafios do futuro exigem um contínuo repensar e aprender novas formas de relacionamentos entre todos os participantes da organização. Conhecer pessoas, processos de grupos, cultura organizacional e o modo como esses processos interagem entre si, passou a ser uma exigência essencial de qualquer gestor que almeja o sucesso no mundo dos negócios e das organizações”.

“A inteligência emocional é a capacidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e emoções dos outros, assim como a capacidade de lidar com elas. O uso da Inteligência emocional no trabalho não acaba quando já conseguimos a vaga de emprego é contrário em um entorno tão desafiador como empresas modernas as seguintes habilidades descritas por Goleman como: auto-conhecimento, administrar as emoções, auto motivação, a arte do relacionamento e a empatia, são fundamentais, para tudo na vida”.

Como dizia um dos autores que aborda temas de gestão de competência, assim como a voz colectiva dos meus alunos de GRH em um dos Instituto Superior em Angola, precisamos de desenvolver em nós mesmo a capacidade da inteligência emocional, ao mais alto nível da disciplina, para aprendermos a relacionarmos bem uns com os outros, para que tenhamos sucesso na vida profissional e outras áreas da vida, o líder deve ter competências ai onde actua, de formas a resolver os problemas apresentados, na qual prevaleçam a transparência, honestidade a ética, e a disciplina transformando assim o seu meio mais competitivo, fazendo ofuscar a competência incompetente, e maximizar a produtividade para inviabilizar a causa.

Sugestão: Especializações dos Distritos.

Exemplo: Cidade de Viana, pode ser o distrito dos técnicos profissionais de freio e Electromecânicos ou tubagens petrolíferas. Isto pressupõe dizer que abrir-se-ia, o maior centro de formação desta área, paralelamente, realizar-se-ia financiamentos aos formados para o auto-emprego, compilando assim uma base de dados de todos os formados de formas a legalizar e regular esta profissão em termos de direitos e obrigações, facilitando a distribuição dos mesmo a nível nacional. Isto pode acontecer com Electricistas Autos ou Domésticos no (Cazenga), os Bate-Chapas no (Rocha Pinto), com os Marceneiro e Carpinteiros no (Catinton), com Alimentistas de comida rápidas na (Ilha de Luanda), com lavadores de viaturas nas artérias das cidades, tirá-los das ruas e colocá-los em um local adequado, etc.

Assim observar-se-ia o alívio da pressão do desemprego. O Estado poderia pensar também na transmissão em direito do telejornal da TPA-1, nos canais radiofónicos de todo o país, por ser quizas o canal mais fiável de passagem de informações. O melhor que se pode fazer de tudo isso é não fazer nada.