Luanda - Foi precisamente na madrugada de trinta de Janeiro do ano em curso, em que mais uma vez o país registou o triste episódio vulgo “massacre de Kafunfo do Sábado sangrento ”, e nós enquanto membros atentos, ligados a sociedade civil, tivemos o enlevo de acompanhar com todo cuidado necessário, pois, sabe-se que, nestas “quezílias”, o assunto acaba tornando-se num prato típico, servido nos discursos maculados e populistas dos partidos da oposição. E, antes de discorrer, gostava de apresentar ao povo angolano, povo Lunda-Tchokkwe e em particular à família enlutada, os meus sentimentos de pesar.

Fonte: Club-k.net

Meus caros, estranha-me só em saber que, uma organização que, defende os valores mais altos de um povo, seja criada em “New York” e liderada por uma figura estrangeira que por sinal continua com a identidade oculta. Aqui, vale lembrar que, o povo angolano, nunca teve e jamais terá uma memória curta, pois, num passado recente, sabíamos e temos noção de quem noutra hora, tinham a pretensão de somalizar Angola e os angolanos, retirando destes, um pedaço de terra para saciar a sede quem sempre minou o mundo e a África, nisto, o povo angolano, como sempre defendeu de forma acérrima o seu território. Daí que, graças ao espírito patriótico deste povo heróico e generoso, lutou e venceu todos os actos de subversão, que atentam a mãe pátria e os seus bravos filhos.

 

Ao ler e reler o “comunicado de imprensa”, emitido pelo Movimento do Protectorado Português da Lunda Tchokwe e apegando-se dos seus documentos (Estatutos e Planos Programáticos), percebe-se logo que, o referido o Movimento bem como o seu líder, constituem um perigo eminente à luz da Constituição, colocando assim, em alerta máxima o Estado angolano e a afirmação de Angola no contexto das nações como um país soberano, uno e indivisível. Sabe-se que, a história real do povo Lunda Tchokwe, rica que é, não se pode confundir com um documento criado pelo ocidente, que visa destruir o sólido tecido cultural deste pacífico povo, cujo, os seus valores são intergeracional.

 

Logo, os documentos que atestam a criação e legalização deste movimento com fins inconfessos, quebra toda corrente defendida pela corte real da linhagem (Moxico e Lundas). Os historiadores e alguns conservadores da cultura angolana em particular da cultura “tchokwe”, já haviam condenado a criação deste movimento, que em nada dignifica ou representa a rica cultura daquele povo. É ridículo e condenável, um movimento que se julga ser defensora dos valores de um povo, desconhecer a origem dos povos tchokwe, hábitos, costumes, dança, expansão no quadro da migração bantu, resistência bem como a ocupação dos europeus.

 

Ora, o artigo 1º da CRA, assegura que, Angola sendo uma República, independente, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade do povo angolano, que tem como escopo fundamental a construção de uma sociedade livre, justa, democrática, solidária, de paz, igualdade e progresso. O artigo 3º, faz jus da soberania que é una e indivisível, pertencente ao povo, logo, cabe ao estado através dos diplomas legais, aplicar medidas necessárias, garantir e assegurar os interesses defendidos e aprovados na Assembleia Nacional, viabilizando que a sociedade se mantenha em ordem. Essa tese é defendida por vários e reforçada na teoria que o Estado deve exercer seu poder em todos os sectores e domínios. Recordo que, durante vários anos o Estado foi atacado frontalmente por inimigos do bem, mas, este nunca mostrou incapacidade de intervenção, de organização e coordenação de acções e políticas.

 

Entretanto, as forças da ordem e defesa, como órgãos ao serviço povo, sem muitas opções e na tentativa de acudir/ salvaguardar os interesses comuns, teve de usar os meios que estavam a sua disposição, para dispersar e inviabilizar as tentativas subversivas orquestrada a partir do exterior e liderada por pessoas que nunca representaram o povo Lunda Tchokwe. Pasme-se as interpretações alheias e muitas delas equivocadas! Mas, era /foi necessária a intervenção das nossas forças para repor a ordem e a legalidade, pelo que lamento aos soldados ora atingidos com materiais contundentes.

 

Os peritos e os leigos, sabem e entendem que, o território angolano é indivisível, inviolável, inalienável, sendo energicamente combatida qualquer acção de desmembramento ou de separação de suas parcelas, não podendo ser alienada parte alguma do território nacional ou dos direitos de soberania que sobre o Estado exerce. De igualmente, reconhece-se nas actuais condições é inquestionáveis a importância da instituicionalização das autarquias, mas, sabe-se que, o Executivo tem criado iniciativas de várias ordens, com vista a contribuir para a definição das políticas públicas relativas à administração local e autárquica e buscar consensos para a sua efectiva implementação. É evidente que, uma grande parte da tarefa, recai a Casa das Leis.

 

Termino recordando que, “uma revolução vale algo, quando se sabe defender”. Para que o nosso país, se mantenha a sua soberania e integridade territorial, tem de ter capacidade para se defender de qualquer manobra ou actos subversivos perpetuados por gentes de má fé. E para que actos de género não possam repetir-se, apelo ao Estado angolano, no sentido de responsabilizar cível e criminalmente os responsáveis do referido Movimento bem como demais envolvidos nesta que foi considerada o “massacre de Kafunfo do Sábado sangrento”.

OBRIGADO!