Lubango - A directora interina da Escola de Formação de Técnicos de Saúde da Huíla está detida preventivamente desde quarta-feira, acusada pelo Ministério Público (MP) de peculato, associação criminosa, participação económica em negócios e tráfico de influências.

Fonte: Angop
Deolinda de Jesus Pinto Viera Lopes Lélis, de 51 anos, está no cargo de gestora da instituição pública desde 2019.

O procurador-geral da República na Huíla, Gabriel Custódio, disse esta sexta-feira no Lubango que pesam ainda sobre a acusada crimes de violação de normas de execução do orçamento e branqueamento de capitais.

Sublinhou que a mesma fez uso indevido de fundos públicos, dando destino diferente daquele para o qual o valor foi alocado, acrescentando que a quantia está a ser apurada e será divulgada posteriormente.

“Os valores desviados serviriam para a prestação de serviço à instituição. Ainda sobre si pesa a acusação do uso pessoal de uma viatura, propriedade da escola”, afirmou.

O procurador fez saber que foi igualmente detida, há uma semana, em Luanda, sob mandato de captura, a empresária Teresa das Dores Francisca Gomes Nebrasca, de 45 anos de idade, no âmbito do processo que envolve o director municipal de Infra-estruturas, Ordenamento do Território e Habitação da administração do Lubango, Tchitengueleka Huambo.

Em causa estão 243 milhões de Kwanzas, que representa o total de valores alocados pelo Estado nos programa de Combate à Pobreza, de Investimentos Públicos e do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), que deverá ser apurado em sede da instrução, para se apurar a real quantia desviada.

A também proprietária da empresa Gosplan - Serviços e Comércio, será encaminhada para a Huíla, indiciada na prática dos crimes de associação criminosa, participação económica em negócios e branqueamento de capitais, numa empreitada que ficou por executar, apesar de ter sido paga.

A Procuradoria Geral da República (PGR) na provincia recebeu, só no mês de Janeiro, oito denúncias relacionadas com crimes financeiros, que resultaram em duas detenções.

Na Huíla, a PGR tem uma lista de 197 processos de crimes económicos em instrução preparatória, nos quais estão envolvidos antigos e actuais gestores públicos, assim como funcionários que não exerceram cargos de gestão.