Luanda - O MPLA disse não haver qualquer investigação em curso à volta do Presidente João Lourenço e acusou “sectores portugueses e angolanos” de estarem na origem de uma "campanha para ofuscar a cruzada contra a corrupção e desacreditar as instituições angolanas”.

Fonte: VOA

Em declarações à VOA nesta quinta-feira, 18, o porta-voz do partido no poder, Albino Carlos, reagia à notícia publicada recentemente pelo jornal português Expresso, dando conta que o Presidente angolano está a ser investigado há um ano por procuradores americanos que acreditam ter provas de violações da legislação dos Estados Unidos por parte de Chefe de Estado, família e parceiros de negócios.

 

Carlos aponta a empresária Isabel dos Santos e “círculos portugueses indiciados nos crimes de corrupção em Angola” como principais promotores dessa campanha por, alegadamente, “estarem descontentes com as transformações políticas e sociais em curso no país”.

 

“Porque muitos dos desvios e roubos da coisa pública tinham como poiso Portugal e beneficiaram mais a economia portuguesa”, acrescentou Albino Carlos, quem assegura que tal campanha não "não terá sucesso nem irá frenar” o combate à corrupção liderado pelo Presidente angolano.

 

O porta-voz do MPLA afirmou que o seu partido lamenta a falta de solidariedade por parte da oposição e em especial a UNITA, sustentando que o combate à corrupção “é um imperativo nacional”.

Revelações

Como a VOA também referiu na terça-feira, 16, citando aquele jornal português, a consultora especializada em análise de gestão de riscos em África e no Médio Oriente, Pangea Risk, revelou que os procuradores “têm estado a compilar durante quase um ano provas de violação das leis e regulamentos dos EUA pelo Presidente João Lourenço, a sua família e parceiros de negócio”.

 

Além do Presidente, os procuradores têm debaixo dos olhos a primeira-dama angolana, Ana Afonso Dias Lourenço, que é accionista da agência de comunicação Orion, citada no relatório, o advogado e homem forte do MPLA Carlos Feijó, o ministro da Energia, João Baptista Borges, o antigo vice-presidente Manuel Vicente, e os empresários Carlos Cunha e Valdomiro Minoru Dondo.

 

As suspeitas, segundo o relatório do Pangea Risk, recaem em “alegadas violações do FCPA - Foreign Corrupt Practices Act”, a legislação norte-americana sobre a corrupção de funcionários públicos americanos no exterior.

 

Os partidos da oposição, UNITA, CASA-CE e PRS, reagiram dizendo que há muito têm denunciando essas práticas dos dirigentes do MPLA.