Luanda - Deverá ser o cabeça de lista do Bloco Democrático(BD) nas eleições gerais de 2022, e deve ser-lhe dado um estatuto compatível, até que se realize a Convenção com carácter electivo, em Junho do ano em curso.

Fonte: O PAÍS

O coordenador do projecto político PRA-JA Servir Angola, Abel Epalanga Chivukuvuku, e os seus correligionários vão aderir ao Bloco Democrático em Junho do ano em curso, altura em que será realizada a sua IV Convenção (congresso).


Segundo um documento a que OPAÍS teve acesso, intitulado “ Algumas Reflexões sobre o Futuro do BD”, assinado pelo seu presidente Justino Pinto de Andrade, a realização da convenção, prevista inicialmente para Abril, passou para Junho, para que, até lá, se concretize o processo de entrada dos membros do PRA-JA, denominado “ Incorporação Harmonizada”.


O termo “ Incorporação Harmonizada” é uma expressão apresentada pelo político Abel Chivukuvuku, em vez de “ Integração”, e os novos membros serão colocados na estrutura central, e ao nível provincial e municipal.


O documento revela que Chivukuvuku deverá ser o cabeça de lista do Bloco Democrático nas eleições gerais de 2022, e ser-lhe-á dado um estatuto compatível, até que se realize a convenção com carácter electivo, sendo que o de Junho será inelegível.


O conclave de Junho terá como objectivo único aprovar os documentos reitores do partido, estatutos, programas, e outros.


Até à realização da convenção, os membros deverão se ocupar essencialmente na elaboração desses documentos a serem trabalhados em comissões especializadas, já com a participação de novos membros.


Assim sendo, as candidaturas já anunciadas para concorrerem à liderança do Bloco Democrático ficam congeladas para não perturbar o processo.


Alguns membros do PRA-JA vão preencher vacaturas no Conselho Nacional (CN) e na Comissão Política (CP), e os demais lugares vão continuar abertos para outras eventuais incorporações.


Os novos membros a sair do projecto político de Abel Chivukuvuku passarão a assistir às reuniões das duas principais estruturas do Bloco Democrático.

BD deixa CASA -CE em Junho

Entretanto, em Junho, após a convenção, o Bloco Democrático vai anunciar publicamente a sua saída oficial da CASA-CE, coligação de que faz parte, desde as eleições gerais de 2012.


“Em Junho, em consequência da IV Convenção, devemos tornar pública a nossa posição de não Renovar o Acordo de Coligação na CASA-CE”, lê-se, numa das passagens do documento.


A escolha de Abel Chivukuvuku, para liderar o BD em substituição de Justino Pinto de Andrade, é a concretização dos contactos que o político vinha mantendo com a direcção do Bloco Democrático, desde que foi afastado da liderança da coligação CASA-CE, em Janeiro de 2019, por alegada quebra de confiança política.


Num dos encontros realizados no dia 09 de Fevereiro, ficou assente que após à integração, o novo secretário- geral do BD sairia do grupo de Chivukuvuku, enquanto o actual passaria para adjunto.


Ficou, também, decidido que, com base nos estatutos do Bloco Democrático, artigo 21º, deverá ser convocada uma Convenção Nacional Extraordinária para a eleição de todos os órgãos de direcção e homologar as linhas pragmáticas e ideológicas.

Bloco Democrático evita falar

Entretanto, O PAÍS tentou contactar várias vezes, ontem, o presidente do Bloco Democrático, mas o seu telefone dava sempre desligado. Recorremos ao secretário- geral, João Baruba, o segundo homem na hierarquia do BD, este recusou falar sobre o assunto, tendo garantido que só daria entrevista depois da reunião de Terça-feira, 02 de Março, que vai preparar a realização da Convenção.