Huíla - Um grupo de 24 fiscais contratados para reforçar a fiscalização no Parque Nacional do Bicuar aguarda, há mais de seis anos, pelo pagamento de salários em atraso, referentes a dois anos de serviço revelou, no município de Caconda, o administrador da reserva natural da província da Huíla.

Fonte: JA
Lubango.JPG - 17,80 kBJosé Maria Candungo disse, em entrevista ao Jornal de Angola, que o processo dos atrasados destes fiscais, cuja dívida total está calculada em cerca de 35,5 milhões de kwanzas, já foi remetido ao Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente.

"Estamos a aguardar pelo desenvolvimento do processo", disse o administrador do Parque Nacional do Bicuar, acrescentando que alguns continuam a exercer o seu papel de fiscais, porque têm esperança numa possível contratação pública, pois acumulam vasta experiência laboral.

Garantiu que o Parque Nacional do Bicuar está bem em termos de segurança, porque conta actualmente com 55 fiscais, entre efectivos e eventuais, que tudo fazem para combater a caça furtiva no interior da reserva natural, com uma extensão de 7.900 quilómetros quadrados.

"O parque está bem em termos de operações de fiscalização. Apesar do número reduzido e da falta de meios de transporte, os nossos fiscais têm se desdobrado para o controlo da fauna e flora. Não temos registo de casos de caça furtiva. A situação está controlada", disse, acrescentando que são necessários mais 50 fiscais.

Segundo José Maria Candungo, o maior problema neste momento é a indisponibilidade de recursos financeiros, apesar de o parque ser uma unidade orçamental, por Decreto Presidencial de 2018.

"Desde 2018 que o Ministério das Finanças não se pronuncia para a cabimentação dos valores destinados ao parque. Isso cria constrangimentos na gestão", lamentou.

O administrador do Parque Nacional do Bicuar referiu que, por falta de orçamento próprio, enfrentam dificuldades para a manutenção de infra-estruturas, como tractores, casas picadas, furos de água, viaturas e outros meios.

O Parque Nacional do Bicuar, que abrange os municípios da Matala, Quipungo, Gambos e Chibia, mantém fauna e flora variadas, elevando o potencial da reserva natural para o desenvolvimento do turismo.