Luanda - Mais uma vez a saúde da população angolana foi colocada em risco. Desta vez os responsáveis destas acções reprováveis (nos termos das leis angolanas) são as empresas United Global Investiment Pvt- Indústria, Lda. e Coastline Comércio e Indústria, Lda., localizadas no município de Viana, em Luanda, cujos proprietários são cidadãos indianos Surendra Kumar Tupili e Nithyanand Nama.

Fonte: Club-k.net
Bebmorte.jpg - 86,04 kBA Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar já reagiu, manifestando a intenção de responsabilizar civil e criminalmente os responsáveis das empresas acima citadas. Depois, claro, de administrativamente as multar de acordo com as irregularidades que cada uma apresenta.

As empresas acima citadas são produtores de bebidas alcoólicas destiladas. A United Global Investiment Pvt- Indústria, Lda. produz e comercializa as bebidas de marcas “Black Jack”, “Scot Gin”, “Bull Rider- Café Rum”, “Irish dream” e “Red Bull- Energia”. Já a Coastline Comércio e Indústria, Lda. produz e comercializa as de marcas “Ice - Cane Spirit”, “Gin Stag”, “Siga - Gengibre whisky” e “Cavaleiro - Café Rum”.

No âmbito das suas competências, os inspectores da Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA), o novo órgão tutelado pelo Ministério da Indústria e Comércio, efectuaram, recentemente, visitas (de rotinas) inspectivas as fábricas das respectivas empresas e ficaram surpreendidos com as graves violações constatadas e registadas.

Na empresa United Global Investiment Pvt- Indústria, Lda. pertencente a Surendra Kumar Tupili, os inspectores da ANIESA registaram as seguintes irregularidades:

- Falta de licença ambiental de instalação e operação;

- Laboratório sem condições para o controlo de qualidade dos produtos acabados;

- Défice no armazenamento da matéria prima (álcool etílico) que estava exposta ao ar livre, na parte externa da fábrica e em meio a um lamaçal;

- Foram encontrados mais de 60 galões de “Caustic Caramel”, de 50 Ml, com as datas vencidas desde 2020 e outros sem rótulos;

- Os produtos acabados eram armazenados no reservatório de gasóleo, que servia de igual modo para armazenar a água utilizada para a produção das bebidas espirituosas;

- Falta de uma estação de tratamento de águas residuais;

- Falta de higiene no WC dos funcionários;

- Falta de equipamentos de protecção individual apropriado para o exercício da actividade;

Já na empresa Coastline Comércio e Indústria, Lda., que se dedica na fabricação de bebidas alcoólicas destiladas: “Ice - Cane Spirit”, “Gin Stag”, “Siga - Gengibre whisky” e “Cavaleiro - Café Rum”, os inspectores da ANIESA registaram as seguintes irregularidades:

- Constatou-se a existência de sacos de “ácido cítrico” de origem chinesa, sem as datas de validade;

- Igualmente foram encontrados tambores de 250 ml de “Glycerina” sem as datas de validade;

- Foram encontrados 12 caixas de emulsão de manga (Sabores), com as datas de validade vencidas no ano de 2020;

- Os trabalhadores estavam sem equipamentos de protecção individual na área fabril;

- Falta de reagentes no laboratório há mais de dois anos para aferir a qualidade dos produtos antes, durante e depois do processo fabril;

- Falta de licença ambiental de operação;

- Falta de letreiro na parte exterior da fábrica;

De realçar que, em 2019, o Club K denunciou a existência de dezenas de empresas que produzem, diariamente, milhares litros destas bebidas espirituosas sem o devido controlo do Estado, ganhando lucros avultados por conta da desgraça de quem as consomem e de quem não as consomem [este último pode se dar o caso dos familiares que perdem o seu parente por justa causa].

Algumas destas empresas, pesquisadas por nós, que produzem whiskys da morte são:

- Faive, Lda. produz os whiskys ‘XXX Rum’ e ‘John Whisky’.

- Unique Beverages S.A. fabrica ‘Kizomba’, ‘Café Rum Real Bull’, ‘Real Bull Força’, ‘Doctor Gin’, ‘Indica Tangawisi’ e ‘Indica Red’.

- Adega Cooperativa de Azueira, CRL. produz vinho ‘Vega’.

- Sofogor, Lda. produz ‘Vodka Queens’.

- Kicando, Lda. produz ‘Stark’ e ‘Casa Velha – Aguardente bagaceira’.

Estas empresas produzem e vendem milhares de litros de whiskys, sem a qualidade comprovada, a população angolana.