Luanda - No final dos anos 70 e início dos anos 80, o MPLA, que era o partido único da República Popular de Angola, fez tudo para impedir um Acordo de Paz com a UNITA. Sabiam bem que, na guerra, os seus adversários eram cidadãos angolanos. No entanto, prolongaram a guerra ao máximo, pois não queriam falar com a UNITA. Diziam que a UNITA era uma fabricação dos portugueses e não passavam de lacaios da racista África do Sul. Achavam que a solução da guerra em Angola era acabar com a UNITA militarmente.

Fonte: Club-k.net

Contudo, face à evolução desfavorável da guerra, quando nos aproximamos do final dos anos 80, mudaram de estratégia e passarão a pensar que seria possível acabar com a guerra, integrando os políticos da UNITA no MPLA e os militares da UNITA nas FAPLA, mas Jonas Savimbi deveria merecer um exílio dourado! Foi assim que contactaram vários países para se disponibilizarem a albergar o Presidente da UNITA e organizaram a Cimeira de Gbadolite de 1989 com esse objectivo.


A História mostrou que era mesmo necessário negociar com a UNITA e lá se fizeram vários Acordos: Bicesse, Lusaka e Luena.


Admira-nos que em pleno Século XXI, com o processo de democratização do país em marcha, ainda se persista nos métodos antigos.


Se se trata de um almoço a favor da reconciliação nacional, não faz sentido nenhum excluir o Presidente da UNITA Adalberto Costa Júnior, nem o General Lukamba Paulo Gato por ter sido o verdadeiro negociador do Memorandum de Entendimento do Luena.


Mas, cada um é livre de pensar como quiser e pode convidar quem entender. Uma coisa é certa, a UNITA continuará o seu caminho e Adalberto Costa Júnior continuará a ser o Presidente da UNITA. Isso significa que em 2022, o MPLA vai ter de disputar eleições tendo como seu principal adversário Adalberto Costa Júnior e a UNITA.


Persistir nos métodos antigos de exclusão do outro por ser diferente é atrasar a reconciliação nacional. Quem age assim, como poderá merecer o voto dos angolanos em 2022?