Luanda - Um líder profundamente impopular igual o que temos hoje em Angola, pode provocar a raiva pública generalizada dentro de um sistema corrupto que também existe no nosso seio, e dentro de uma economia maltratada. Este perfil tem consequências nefastas. Angola pode evitar esta narrativa e estado de coisas.

Fonte: Club-k.net

Ontem, assistimos aqui mais outro ataque, precisamente no Capitólio Americano em Washington D.C que deixou um policial morto atropelado pelo veículo conduzido pelo insurgente que foie m seguida morto pela polícia a tiro. Uma democracia como a Americana, com mais de 200 anos de cintura, não pode continuar nesta rotina de assassinatos, descontentamentos e raivas. Todo mundo assistiu com pavor as imagens do dia 6 de Janeiro a quanto da insurreição protagonizada pelos adeptos e simpatizantes do Ex Presidente Donald J. Trump que resultou na morte de um policial e um que tirou a sua própria vida. O que se assistiu nestes eventos, foi o culminar de uma cangrena criada por um líder impopular, o agora cidadão Trump.

 

Estou neste momento em Flórida onde vivo desde 2016. Tenho estado em Angola exporadicamente mais sigo sempre as notícias de Angola na TPA internacional e na TV Zimbo. Tenho visto com tristeza como a maioria dos Angolanos que além da Covid-19 ou Covid- 2021, vivem uma existência pior que do tempo da colonizarão, tempo do monagambe. O Presidente João Lourenço demonstra a impotência de um líder que não vê os sinais do tempo. Eu fui um dos muitos angolanos que acreditou no nosso novo Obama ( JLO) em 2017. Mas hoje, pelo que dizem os fazedores de opinião em Angola, como os jornalistas, tais como o meu amigo William Tonet e outros, fico a duvidar se será que JLO perdeu o rumo dos destinos de Angola. Espero que não.

 

Hoje sabemos o quanto JLO conseguiu nos ludibriar com a sua retórica de combate a corrupção através e com a PGR a agir, colocando assim na cadeia os corruptos como o meu cunhado Augusto Tomás, o meu interlocutor nos tempos de Analista Comercial na BP Angola o famoso criminoso, trungungueiro e aboletador São Vicente, que quase expulsou- me de uma reunião na sede da Sonangol quando questionei seu patriotismo em relação às apólice dos seguros dos blocos 18 e 31 da BP Angola que eu achava serem inflacionadas.


A Verdade que se diga, as armas de fogo aqui usadas como os R15, recentemente usadas nos massacres de 8 cidadãos( 6 mulheres de origem asiática) em Atlanta e 10 em Colorado, no espaço de uma semana, podemos dizer que não são parte do arsenal dos crimes cometidos em Angola.

 

A criminalidade actual em Angola, se calhar, não pode ser comparada com a que vivemos aqui nos Estados Unidos. Os Democratas propõem legislação para combater este tipo de crimes e os Republicanos matem-se implacáveis. Não consigo digerir. Angola e não só Benguela, pode sim, ser uma pequena Califórnia, Suíça, Dubai, enfim. A meu ver, tudo que o nosso Obama precisa, é escutar as organizações e a sociedade civil e também a oposição. O Presidente da UNITA o O Eng. Adalberto Costa Júnior, não é o inimigo do progresso e crescimento econômico em Angola, nem a UFOLO nem Isabel dos Santos.


O timing é um elemento estratégico na governação e projectos de governo de qualquer líder. Veja só o que Joe Biden vem fazendo aqui nos EUA desde Janeiro. Ele tem um Plano que corresponde às etapas das aspirações do povo americano. Isto é a meu ver, o que falta lá na Cidade Alta. Como economista, tenho constatado com tristeza a morosidade da equipa econômica de JLO em aconselhar o Executivo em como a crise da Covid-19 é em si uma oportunidade para evitar que as forças do mercado livre passam trazer os benefícios econômicos. O país precisa de apostas talvez quase em modelos Kenesianas, e para tal, nem que o governo tenha que enterrar recursos para criar empregos. O desemprego é hoje em Angola a força motriz da criminalidade. Mais de 30 milhões de habitantes, mais de 1 milhão de barris de crude produzidos dia, imposto e outros, seriam suficientes para minorar a miséria que se vive em Angola.


Assim os angolanos teriam mais oportunidades e veríamos que o recurso à violência e crime seriam minimizadas. JLO não pode culpar a covid-19 pela miséria, criminalidade e indigência que marca o cotidiano dos angolanos. Do profundo da minha consciência angolana, auguro por dias melhores para Angola. A violência que por lá se vive, também é sintoma de insatisfação e descontentamento de uma certa franja da população jovem e não só.


Ao nos aproximarmos de 2022, ano do próximo pleito eleitoral, fico com pena do meu partido MPLA. Prognostico que caso a cidade alta e o Executivo não preconizarem uma“metanoia” de 360 graus, nem a fraude desta vez vai funcionar. Precisa-se de homens que pensam na cidade alta, e estes a meu ver ainda não estão lá. Não porque estes não ainda nasceram, mas porque Sua Excelência o tal todo poderoso JLO, ainda está com a vista nebulosa e rodeia-se de corruptos que no final provam que o velho adágio, “tell me who you walk with, and I will tell you who you are". “diga-me com quem andas e eu te direi quem és”. Ou ainda como eloqüentemente Plutão colocou, “birds of the same feather flock together” Aves da mesma plumagem voam juntas”.


Decorridos quatro anos da Administração JLO, os angolanos ainda não conseguem consubstanciar os ganhos de JLO em suas vidas. A máfia que saqueou o país durante décadas a fio, ainda continua impune e a dirigir sectores chaves da economia do País. Portanto algo vai mal. O momento actual que Angola vive, clama por líderes corajosos com planos inteligentes, e não líderes mesquinhos, vagabundos e vingativos se tornam no novo normal na governação de Angola. O legado de JLO não pode ser pior que o de Eduardo dos Santos, ao menos no tempo deste estadista, tínhamos o dólar a Kz 100.00 A verdade que muitos eleitores em 2022 vão cogitar e eu também, será: o que melhorou desde 2017 a data.


Na verdade nada. A pobreza entre os angolanos aumentou, a cesta básica quadruplicou, os índices de desemprego subiram, a saúde e educação pioraram, o crescimento econômico estagnou e a criminalidade tornou-se em recurso de muitos jovens sem esperança. O meu MPLA se torna assim no maior partido mafioso e criminoso de Angola. “Is there any hope”?


Existe alguma esperança? Acho que sim. Como inverter este estado de coisas hoje? Isso vai exigir uma convergência nacional, sem se importar pela cor partidária ou ainda como esta na moda, passaporte que os verdugos e personalidades políticas já exibiram um dia. Os acadêmica, jovens do bem e os homens da cultura, devem ser engajados. Sem estes parâmetros, os angolanos terão em 2022 a última palavra e a CNE não vai desta vez mais poder manter o partido MPLA no poder. Essa alternância também pode ser de bom agrado para as futuras gerações.

 

* Economista e Consultor Internacional