Luanda - Angola vive uma era em que aqueles que hoje não mostrarem solidariedade para com a oposição e a sociedade civil, ficarão esquecidos no tempo, quando renascer a nova Angola. Respeitá-lo-emos enquanto pessoas, mas não serão respeitados enquanto solidários, enquanto homens de bem e de amor. Se vos faltar o amor, em vão é a vossa vida, em vão é a vossa fé. Nada serve!

Fonte: Club-k.net

Angola tem muitos quadros destribuidos a nivel do ensino geral, superior e outras instituições públicas e privadas. Há gente de grande grau acadêmico, mais sobretudo o grau visionário racional de encarar as coisas. O país anda de tangas, deixou de ser Angola e passou a ser “Negola”, isto é, “embriaguês contínua”. Agora com a redução estratégica dos preços das bebidas alcóolicas, o território de Ekuikui, Mandume, Nzinga, Jonas Savimbi, Agostinho Neto, Holden Roberto …, se cogita a vir a ser embreagado de forma continuada; o país bébedo. Técnica arcaica que o regime sempre utilizou para destrair seus filhos enquanto usurpavam sem medidas os bilhões de dólares para fins pessoais. Resultado, falta tudo o que é essencial a vida humana e ao respeito dos direitos fundamentais.


Esse atraso de realizações das vidas dos angolanos tem explicação clara: o silêncio dos intelectuais e dos músicos. Existem algumas poucas excepções, como: Carlos Rosado, Armando Pedro, William Tonet, Kalondungo, Reginaldo Silva, Paulo Flores, Bonga, Yuri da Cunha, Brigadeiro Dez Pacote, MCK, Dog Murras e alguns poucos da nossa praça. O resto, é uma lástima. Dos músicos, falamos das pessoas famosas principalmente que se exibem sobre aquilo que são, o que têm, o que fazem no dia a dia. A esses sobretudo nos referimos. Os quadros que Angola possui e que estão no interior da mesma, nesse momento, padecem a todos os níveis e muitos deles não têm o mínimo para responder as necessidades do dia a dia, outros fazem pequenos biscates em áreas diferentes, outros pequenos garimpos, dando aulas aqui e ali, mas no final do mês, é uma miséria em termos de salário, outros ainda nem sequer trabalham porquanto não se lhes deu essa oportunidade que é um direito e como se não bastasse, o número de desempregados é maior dos que trabalham, conquanto procurem fazer alguma coisa para se manter vivo a si e as suas familias. O custo de vida a todos os níveis tem acelerado o espirito crítico desses cidadãos, mas ainda assim, pinduram-se sobre os muros, observando os jovens e activistas a reclamarem direitos colectivos; não fica bem deixar que apenas um grupo lute por motios que dizem respeito a todos.


Não achais que seria mais eficientes se vós estivésseis presentes e exigísseis do estado o desrespeito da constituição e da lei? Não seria mais fácil da vossa parte, senhores acadêmicos convocarem e com frequência, conferência de imprensa para despertar veementemente a conduta dolosa de quem nos governa a fim de despertar e se reencontrar? Senhores acadêmicos, que estais a fazer? Que exemplo passais àqueles que não estudaram e quase sempre se manifestam por uma vida melhor? Para quando a vossa presença e intervenção concreta nos assuntos civicos do país? Para quando vos juntareis a essa força que pretende mudar Angola? Aqueles que trabalham, embora não ganhem tanto têm medo de perder o emprego, pensando que é de propriedade do regime.


O direito ao trabalho está consagrado na constituição de Angola e na carta das Nações Unidas, portanto, é um direito, mas devemos reivindicar sempre que forem violados. Que fazem os nossos chefes? Violam todos os dias os mesmos e exigem que façamos sempre o que é nossa obrigação. Quantas promessas fez esse governo sobre condições de trablho, sobre salário, sobre os quinhentos mil empregos , subsidios, dívidas e outras? Porquê fazeis manifestações algumas vezes contra o MED e o MES? Desde quando o caderno de reevindicação não é respeitado? Há quanto tempo o sindicato de professores reclama seus direitos? Não é assunto de hoje. Essa desgraça, acontece com outros ministérios, onde os funcionários reclamam sem êxitos seus direitos. Nas instituições privadas, nem convém falar! Senhores intelectuais, Angola é dos nosos antepassados, nossa dos nossos filhos e bisnetos, apenas nós a podemos salvar e por isso sois chamados a juntarem-se a corrente positiva do bem para se resgatar das mãos dos criminosos. A TRIPARTIDA é a única força capaz de mudar o andamento desse país. É necessário haver coragem de vossa parte em contribuir para a aceleração do processo positivo em causa contra os delipidadores do erário público.


Quanto aos músicos da nossa praça, tirando aqueles que expressamos anteriormente mais um e outro, o resto está mais que provado que é a favor da desgraça dos angolanos. Deveis reflectir de que os vossos sucessos e até um certo equilibrio de vossas vidas tem fundamento directo das contribuições dos pacatos cidadãos desse país. O vosso bom nome, os vossos CDs, concertos têm dinheiro deles. Porquê hoje nem sequer vos colocais a favor dos que se manifestam contra a fome, o desemprego, a falta de saneamento básico, corrente eléctrica, salário, saúde, habitação, segurança, descriminação, racisto …? Com quem estais então? Com o povo, seguramente que não, com o MPLA, seguramente, sim.


Sentimos muito diante de tantos acontecimentos ruins como: Cafunfo, a morte de Inocencio de Matos e outros com nomes desconhecido, prisão de activistas e outros males; esses senhores músicos nunca convocaram uma conferência de imprensa para repudiar os nefastos comportamentos do sistema. Podemos concluir que as vezes, quem cala consenti e sem medo de errar,os músicos da nossa praça compactuam com o sistema, andam presos ao sistema e se sentem orgulhosos com Ele. A verdade é adequatio res et intelectum, dizia Aristóteles. É a razão que reconhece a coisa e não o contrário.


É hora de reconhecerdes que andais em caminhos anormais; não fiquem sobre os muros a observarem a caravana que passa e que luta em prol de todos, é o momento de se juntar, congregar a esse movimento amplo de salvação para Angola. Significa dizer: com a vossa fama, podeis trazer uma mais valia àqueles que perderam a vontade de viver; podereis dár-lhes uma nova esperança de reactivar-se e seguir em frente; mas se ficais sobre o muro a perlustrar os que lutam, não cobrai seus pratos de feijão com arroz que seja igual ao do lutador, do roboteiro, do activista, da zungueira e de outro cidadão que tudo fez para que as coisas tivessem um rumo diferente. Ainda tendes tempos para retificar o erro e se juntar a grande familia do bem, aquela chamada TRIPARTIDA, se insistirdes no erro, sereis julgados com base na vossa conduta hoje.


Alertar aos cidadãos de toda Angola para não comprar discos, desses senhores, nem partilhar seus comentários e outros nas redes sociais porque agora que precisamos deles nem sequer estão ai para a nossa desgraça, logo, não poderemos estar com eles no futuro. quem não ama Angola e os angolanos, deve ser posto de parte para não atrapalhar . Mas uma coisa é certa, no dia da verdade, não venham com truques porque naquele tempo, não podia dizer isso, porque, porque, e porque. Não servireis absolutamente. Serão exaltados e respeitados todos aqueles que ao longo dessa caminhada se debateram directamente com o sistema, deram o máximo deles, contributo, empenho, coragem, entrega. Aqueles que se afastarem serão pó diante de todos os contrários ao sistema no dia do juizo final! Depois não digam que não avisamos. Gente má!

Por: Talangongo Okola e António Correia