Luanda – Altos funcionários da Governo Provincial de Luanda manifestam preocupação pelo facto de a governadora Joana Lina Ramos Baptista Cândido ter nos, últimos dias, se demitido das suas responsabilidades, confiando os poderes ao seu diretor de gabinete, Edilson Paulo Agostinho.

Fonte: Club-k.net

Joana Lina com dificuldades de governar capital do país

De acordo com explicações, a governadora devido ao cansaço e fatiga, que manifesta, não lê os relatórios (de muitas páginas) que chegam ao seu gabinete para apreciação. A mesma remete para o director de gabinete, Edilson Paulo Agostinho, e este por sua vez é quem decide tudo.

 

Formado em direito, Edilson Agostinho, de 41 anos, trabalhou com Joana Lina quando esta exercia funções de Vice-Presidente da Assembleia Nacional. A dirigente levou-o também para o GPL como diretor do seu gabinete. Porém, é no GPL que Adilson passou a atuar como um “governador sombra” pelo facto de Joana Lina não tomar passo sem o seu parecer.

 

A letargia que se atribui a Joana Lina é justificada por nunca ter trabalhado como gestora no aparelho de Estado. Os seus cargos conhecidos foram sempre a nível da sede do MPLA como financeira. Desde que assumiu a governação de Luanda assumiu também a postura de exonerar sem comunicar previamente aos quadros como aconteceu com dois altos funcionários, neste caso António Pedro Bunga, ex-director do IPGUL, e Amadeu Augusto da Fonseca Campos, ex-Director do Gabinete Provincial de Transportes, Tráfego e Mobilidade Urbana, que tomaram conhecimento das suas exonerações pelas redes sociais.

 

Já Fernando Eduardo Manuel, até então administrador de Viana, é citado como tendo solicitado para sair por alegada desconsideração da governadora. Em seu lugar, foi nomeado Manuel Marques de Almeida Pimentel que estava como director-geral do Instituto Nacional de Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (INOTU). Manuel Pimentel, muito ligado a Joana Lina, já foi Secretário de Estado para o Ordenamento do Território no governo de João Lourenço.

Lixo: Simulação de concurso público

Desde algum tempo que a cidade de Luanda enfrenta uma crise de acumulação de lixo nas ruas. No passado dia 13 de Março, o governo provincial anunciou que recebeu propostas de 39 empresas para recolher resíduos sólidos na capital angolana, que desde Dezembro passado conta com o serviço de apenas duas das seis operadoras, por falta de verbas do Estado.

 

De acordo com apurado, a governadora junto com o director de gabinete e um assessor, Dilson Dario Simão Bamba, escolheram nove empresas ligadas a figuras próximas de Joana Lina, e logo a seguir anunciaram as mesmas como vencedoras de um alegado “concurso público” que nunca teve lugar. Esta semana, o Novo Jornal noticiou que as empresas contratadas não dispõem de meios técnicos para trabalhar, e estão em contradição com a governadora. As operadoras exigem pagamento avançado e a governadora nega-se.