Lisboa - Documento detalha contas bancárias, aplicações financeiras em fundos de investimento e imóveis. Inclui Isabel dos Santos, mas deixa de fora Álvaro Sobrinho e Manuel Vicente.

Fonte: Observador

Angola já recebeu, pelas mãos do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), na semana passada, a lista das fortunas que vários cidadãos angolanos têm em Portugal. A notícia é avançada pelo Correio da Manhã, esta segunda-feira. Na lista constam nomes de filhos do ex-presidente de Angola, como Isabel, Tchizé e Zenu dos Santos.


O jornal dá conta que o relatório com a informação tem mais de 7.000 páginas e detalha as contas bancárias, aplicações financeiras em fundos de investimento, mas também imóveis e participações em empresas. Em fevereiro do ano passado, o Jornal Económico tinha noticiado que a Procuradoria-Geral da República de Angola solicitou auxílio a Portugal para localizar bens de cidadãos angolanos que tivessem no nosso país imóveis, investimentos mobiliários e contas bancárias. O pedido tinha sido feito numa reunião entre Hélder Pitta Grós, procurador-geral da República de Angola, e a homóloga em Portugal, Lucília Gago.

 

Agora, como escreve o Correio da Manhã, esse documento foi entregue, em mão, a um funcionário judicial da PGR de Angola que esteve em Portugal para o efeito. Nessa lista constam dezenas de nomes, como Isabel dos Santos, com participações em empresas como a NOS, a Galp ou a Efacec (uma posição entretanto nacionalizada), algumas das quais congeladas por ordem do Estado angolano ou por processos em Portugal.

 

Tchizé dos Santos, a filha mais nova de José Eduardo dos Santos, também consta na lista, em particular pela posse de imóveis, assim como o irmão Zenu dos Santos, ex-presidente do Fundo Soberano de Angola. Estão também incluídos o antigo chefe da Casa Militar Manuel Hélder Vieira Dias e o antigo chefe das secretas angolanas, Leopoldino Fragoso do Nascimento, que tem várias contas bancárias apreendidas em Portugal. Já Manuel Vicente, antigo vice-presidente de Angola e ex-presidente da Sonangol, assim como Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BESA, ficaram de fora.