Lisboa – O nome do antigo presidente da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda (CACL), general José Tavares Ferreira, foi incluído na lista de potenciais candidatos na sucessão de Joana Lina Ramos Bastista Candido, na liderança da capital do país.

Fonte: Club-k.net

Ao total, o Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, tem quatro nomes cujos perfis ou trajetórias estão a ser analisadas pela competente “assessoria política”. Dentre os candidatos está igualmente na corrida o actual Director do Gabinete de Acção Psicológica e Informação da Casa de Segurança, Ernesto Manuel Norberto Garcia, e o administrador cessante do município do Talatona, engenheiro Ermelindo da Silva Gonçalves Pereira. O quarto elemento é um dos vice-governadores de Luanda.

 

Há poucos dias, a governadora foi orientada a liberar, “já” o terceiro candidato, Ermelindo Pereira das funções de administrador municipal, representando por outro lado algum sinal sobre a preferencia desde candidato, que no passado já exerceu funções de Vice-Presidente da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda (CACL).

 

A percepção generalizada, a nível do regime, é de que as atenções recaem ao general Tavares Ferreira, em função da antiga ligação amizade que o une, a João Lourenço desde o tempo em que ambos partilhavam o mesmo dormitório na Rússia. Por outro lado, concorrem sugestões desencorajadoras alertando sobre uma futura ausência de articulação com o novo Primeiro Secretário provincial de Luanda, Bento Sebastião Bento. O general Tavares Ferreira e Bento Bento são dados como adversários, visto que ao tempo em que ambos lideravam Luanda, não se consideravam. Uma era a favor pelo dialogo com os manifestantes (vulgo revús) enquanto que o outro era pelo exercício da agressão contra o jovens, resultando no assassinato de dois ativistas (Isaias Cassule e Alves Kamulingue) em 2012.

 

A reabilitação política do general Tavares Ferreira começou acentua-se em meados do ano passado quando se insinuou ao Presidente da República, sobre a sua valência em negociar com os jovens que se manifestam contra o regime, uma tarefa que chegou a desempenhar ao tempo de José Eduardo dos Santos oferecendo uma carrinha e gerador de electricidade aos rapazes do município do Sambizanga. Alega-se que Tavares Ferreira terá já apresentado uma equipa de apoio ao João Lourenço ou de combate a oposição, na qual integra, o antigo conselheiro da ERCA, pela UNITA, Carlos Raimundo Alberto.

 

Segundo fontes do Club-K, o cenário de afastado de Joana Lina esta previsto para “daqui há alguns meses”, observando a cálculos tendentes a não parecer uma exoneração por pressão popular, ou humilhação contra a senhora.

 

Informações ainda não oficiais, atestam que Joana Lina teria manifestado sair por vontade própria quando lhe foi imposta uma comissão ministerial de combate ao lixo, em Luanda, comandada pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina. O argumento, que se diz que lhe foi transmitido, é de que a referida comissão não iria atrapalhar e que deveria trabalhar tranquilamente, sem perturbações.

 

Enquanto Joana Lina, aguarda até os próximos meses por um veredito final, um militante do MPLA, identificado pela alcunha de “A.M Timetable”, fez sair uma advertência nas redes sociais alertando ao líder do seu partido para que “não deixa que haja usurpação de poderes e competências na gestão da nossa capital. A comissão multisectorial criada é mesmo só ajudar na limpeza da nossa capital, mais nada”.

 

“Vamos dar meios humanos e financeiros à governadora Joana Lina, para trabalhar e que que haja mesmo separação de poderes entre o Partido e Governo provincial de Luanda”, lê-se na mensagem que deixando um recado ao actual Primeiro Secretário Provincial do MPLA, “que não faça como, no passado, quando criou espinhos para Dra. Espírito Santos. Camarada Bento Bento, nós sabemos, o levou o ex Presidente da República, a exonerar a então governadora. O momento não é de colocar pedras, no caminho da governadora, é, todos nós, os habitantes da capital, ajudarmos a governação da nossa cidade.”.