Lisboa – O médico cirugião angolano, Agostinho José Matamba foi no passado dia 6 do corrente, nomeado para em comissão de serviço exercer o cargo Presidente da Junta Nacional de Saúde, em substituição de Augusto Manuel Gonçalves Lourenço que estava em funções desde 1999.

Fonte: Club-k.net

NOVO PRESIDENTE DA JUNTA MÉDICA


Agostinho José Matamba era desde 2017, o Director-Geral do Hospital Américo Boavida (HAB), na qual acaba de ser rendido pelo cardiologista, Mario Fernandes. Dois após a sua saída do HAB, alegados detratores internos terão feito circular um vídeo com doentes nos corredores do hospital para aparentar que foi exonerado pelo conteúdo da gravação em causa.

 

A transferência de Agostinho José Matamba, para a Junta Nacional de Saúde acontece depois do então responsável, Augusto Manuel Gonçalves Lourenço, por sinal irmão do Presidente da República, ter formulado o seu pedido demissão por discordar da forma como o executivo do seu irmão  está a gerir o processo de encerramento da sessão da Junta médica, em Lisboa.

 

Na primeira semana de Março, fontes do Club-K, haviam explicado que “O Dr. Augusto Lourenço, Presidente da Junta Médica e seu braço direito Dr. Dupré, pediram demissão por verem suas funções atropeladas pelas ordens superiores e por não concordarem com as últimas decisões publicamente assumidas consecutivamente pela ministra da saúde que assumiu a existência de solução (em Angola) de inúmeras patologias como na área renal e oncológica”.

 

"braço de ferro" entre ministerio da saúde e doentes em Portugal

 

O assunto das demissões destes dois altos funcionários foi até aqui mantida no secretismo durante dois meses. Apesar disso, continua a haver um braço de ferro, entre o ministério da saúde e os doentes em Lisboa que alegam não haver condições no país, para os pacientes de condição renal ou que aguardam por transplante.

 


"Eu, por exemplo, sou transplantado há menos de quatro anos. O meu rim ainda não está bem assente no meu organismo. Como é que eu vou para Angola, onde é que vou ser tratado, onde é que vou buscar os medicamentos, onde é que eu vou fazer as análises?", questionou indignado, o paciente Vitorino Leonardo, ao microfones da DW.


Gabriel Tchimuco, presidente da Associação dos Doentes Angolanos em Portugal "Nós temos aí neste momento dois doentes transplantados que já questionaram a Junta Nacional onde é que vão continuar os seus tratamentos e a Junta não sabe o que fazer.


“Estes doentes estão em rebuliço, estão preocupados. E agora querem regressar e a Junta não lhes quer dar apoio. Portanto, isto é preocupante. Isto é colocar uma vida humana em risco”, sublinha.


"Não compreendemos como é possível que doentes que tenham vindo de Junta, que tenham passado por uma comissão médica, foram avaliados e que foi considerado que esses doentes não tinham tratamento possível em Angola, daí que foram reencaminhados para Portugal. O nosso espanto é que houve, de facto, uma comissão médica que veio a Portugal e essa comissão avaliou caso a caso esses doentes, mas nunca em nenhum momento terá dito aos doentes que deveriam regressar ao país. Então, não faria qualquer sentido ter enviado uma comissão para avaliar os doentes", diz.


Entretanto, por estarem em causa vidas humanas, Gabriel Tchimuco lamenta: "Quando se diz que os médicos portugueses passam relatórios falsos a dizer que os doentes não podem regressar a Angola, sinceramente, isto é até uma falta de respeito à dignidade e à colaboração que é dada pelo Estado português para que os doentes consigam continuar o seu tratamento."


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