Luanda - O presidente do MISA Angola mostrou-se, nesta quarta-feira, 18, preocupado com a situação dos jornalistas que na semana finda foram notificados pelas autoridades do Serviço de Investigação Criminal (SIC).

*António Sacuvaia
Fonte: Correio da Kianda

Em entrevista ao Correio da Kianda, André Mussamo, considerou as notificações simultâneas do SIC contra jornalistas, como algo normal e que deve ser respeitado, apesar de, no seu entender, ser um factor que possa inibir o exercício jornalístico no país, sobretudo para os jornalistas de investigação.

 

O presidente do MISA Angola, que diz estar acompanhar de forma pormenorizada o caso dos jornalistas que nos últimos dias foram notificados pelo Serviço de Investigação Criminal, a fim de prestarem declarações no âmbito dos processos movidos contra os mesmos, adiantou ao Correio da Kianda, estar em curso um consolidado trabalho de registo de casos cronológicos sobre as interferências no exercício jornalístico, que poderá ser entregue ao Governo, nos próximos dias.



Mussamo, que mostra-se solidário com os jornalistas que no exercício das suas funções têm passado por várias interferências, apelou aos jornalistas, recentemente notificados pelas autoridades, a terem calma.

 

“Se estas instituições que convocaram estes profissionais, primeiro de forma legítima, é normal que assim seja, porque cada uma das partes vai esmiuçar os seus argumentos de razão e que prevaleça naturalmente aquilo que é fundamental, que é o Estado de Direito”, disse, ao Correio da Kianda, André Mussamo, presidente do MISA Angola, acrescentando que uma notificação não pode ser necessariamente vista como uma condenação, a partida.

 

Entre os jornalistas notificados pelo SIC estão os representantes dos jornais Hora H, Escrivão José, Lucas Pedro, do Club-K, e Carlos Alberto, do portal A Denúncia, que começaram a ser ouvidos esta semana pelo Serviço de Investigação Criminal.