Luanda - O Bispo Alberto Segunda é o novo líder máximo da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola (IURD) da "ala" brasileira, em substituição do bispo brasileiro Honorilton Gonçalves, abraços com um processo judicial movido pelas autoridades angolanas.

Fonte: Club-K.net


O conflito interno no seio da IURD parece longe do fim, mas a nova liderança garante que está aberta para, com a ala angolana, sentar-se à volta da mesma mesa com vista à unidade e reconciliação da igreja fundada no Brasil por Edir Macedo.

 

A nova liderança da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola foi apresentada nesta quarta-feira, 19, em conferência de imprensa realizada em Talatona, em Luanda.

 

Em nota, a Igreja Universal do Reino de Deus informa que, “foram tomadas decisões firmes que têm em vista a alteração da sua estrutura, de forma a que a liderança igreja em Angola assente exclusivamente em membros da IURD, cidadãos angolanos, procurando fazer ecoar a voz da sociedade e das autoridades angolanas, no seio da igreja, e fazê-la corresponder às suas necessidades e preocupações”.

 

Assim, refere o documento lido à imprensa, “a IURD anuncia que o Bispo Honorilton Gonçalves cessa com efeitos imediatos as funções que exerceu até a data como presbítero geral em Angola, sendo substituído pelo Bispo Alberto Segunda, também com efeitos imediatos”, lê-se no comunicado de imprensa.

 

A Igreja Universal do Reino de Deus garante que “irão ser escrupulosamente cumpridos os trâmites legais e estatutários com vista a ser convocada uma reunião extraordinária da assembleia geral da associação, com o objectivo de eleger novos membros, cidadãos angolanos, do conselho de direcção e da mesa da assembleia geral”.

 

“Se dúvidas não existiam, quanto à IURD em ouvir o povo angolano e prestar-lhe o melhor serviço, essa vontade sai agora, ainda mais reforçada”, diz a nota, que acrescenta que “a Igreja Universal do Reino de Deus espera que as alterações agora introduzidas possam contribuir para a pacificação no seio da igreja, e representar o início de nova etapa do trabalho que vem desenvolvendo desde 1992, ao serviço dos angolanos”.

 

E, o novo líder da IURD, Alberto Segunda disse que a decisão mais acertada foi tomada congregando na sua liderança “apenas angolanos desde o presbítero geral até a mesa de assembleia geral”, sem, no entanto, pretender colocar de fora bispos e pastores de nacionalidade brasileira.

 

"Com a deportação dos missionários brasileiros, a igreja tinha que tomar uma decisão, que é esta”, disse o Bispo, acrescentando que “a igreja universal sempre pautou pela ideologia universal, sem excepção de ninguém”.

 

Questionado pelo Club-K, sobre a necessidade da reconciliação com a "ala angolana", Alberto Segunda garantiu que, a nova direcção da Igreja Universal do Reino de Deus (ala brasileira) por si liderada tem todo o interesse em reconciliar a igreja, pelo que, manifesta-se interessado em sentar-se à volta da mesma mesa para com a “ala angolana” para a harmonização da congregação.

 

Disse que a decisão tomada para a eleição do novo Presbítero Geral obedeceu todos os regulamentos e estatutos da IURD, por isso, nos próximos dias, segundo o Bispo Alberto Segunda, “a nova liderança vai fazer chegar aos órgãos do Estado angolano os documentos que legitimam a acção”.

 

As igrejas abertas por dissidentes não são frequentadas pelos fiéis, porque não se reveem no comportamento dos rebeldes, neste sentido, nós estamos interessados em sentar com as autoridades no sentido de se encontrar uma solução nesta crise.

O Bispo Alberto Segunda referiu que, dentro de duas semanas vai ser convocada a assembleia geral, para a oficialização do novo conselho de direcção, tendo sublinhado que o líder máximo da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo “tem o conhecimento desta medida tomada”.

 

“A IURD em Angola vai continuar a se rever na liderança do Bispo Edir Macedo, mas tendo autonomia nas suas decisões no país”, frisou.

 

Nova liderança da Igreja Universal do Reino de Deus afirma-se aberta ao diálogo

 

A ala brasileira reitera que continua firme na sua posição, reiterando que são os únicos que o Estado angolano reconheceu, desde 1992. Os mesmos, segundo o novo líder, então abertos para qualquer tipo de diálogo, basta as autoridades, na qualidade de mediador, souber mediar para que as duas partes se encontrem.

 

Na ocasião, fez saber que já foram deportados um total de 30 missionários brasileiros e que restam ainda 15, que aguardam pelo mesmo processo.

 

Os missionários que constituíram as suas famílias em Angola, actual líder da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola garantiu à imprensa que a situação está acautelada e, em breve, estarão no Brasil.