Senhor Fernando Heitor,
Acho que foi uma moralista sem moral ao ter escrito o texto em defesa de Adalberto Costa Júnior (político e intelectual que admiro) e a UNITA (para mim, um partido opositor), nos termos el o fez. O seu texto é carregado de incongruência. Com efeito, em 2017, durante o período de campanha eleitoral, o senhor permitiu que o MPLA o usasse como o quisesse. O senhor foi um instrumento ao serviço do MPLA para derrotar a UNITA nas eleições gerais. Nessa altura, eu fiquei boquiaberto com a sua atitude de mercenário e traidor do partido do qual foi militante durante quatro décadas. Muito tempo!... As suas atitudes negativas fizeram com que desvalorizasse, enquanto político e pus em causa a sua qualidade de docente universitário, que é indispensável capaz de influenciar positivamente os seus estudantes. Politicamente, acredito que perdeu muitos seguidores. Na verdade, deixou de ser político de grande responsabilidade e passou a ser um mero cidadão oportunista.

Fonte: Club-k.net

As suas atitudes, declarações, bem como a sua expectativa de obter um cargo no governo a ser constituído pelo MPLA contribuíram para a derrota expressiva do seu antigo partido.

Embora tenha a consciência de que os cidadãos tem liberdade de circulação, salvo nos casos previstos na Constituição e na lei, o senhor deixou de ter dignidade para caminhar pela “Rua da UNITA”, muito menos, tentar defender a o UNITA e o seu presidente.

Senhor Fernando Heitor, politicamente, perdeu a credibilidade. Nem o MPLA, que o usou, nem a UNITA, que foi politicamente prejudicada por si, acreditam em si. Mesmo tentando redimir-se indirectamente, conforme o fez, creio que a UNITA jamais confiará em si.

Senhor Fernando Heitor, é melhor esquecer a política. O senhor suicídio-se! Por favor, distancie-se do MPLA e deixe a UNITA em paz, pois ela tem membros, amigos e simpatizardes capazes de a advogar e defender e seu líder, eleito com um número considerável de votos.

Como cidadãos defensor da democracia, avaliei conta positiva a democraticidade do processo eleitoral da UNITA. Aquelas eleições vão ficar marcadas na historia da democracia partidária, em Angola.

Em 2016, eu, enquanto militante do MPLA, fiz campanha a seu favor. Apoiei o então número 4. Naquelas eleições, para mim, João Lourenço era o “candidato da esperança”. Por conseguinte, convenci muitos jovens, homens e mulheres e outras pessoas indecisas a votar no MPLA (e no seu candidato). Também usei a minha infância positiva para fazer campanha, através das redes sociais. Fi-lo não por ser militante do MPLA, mas, sim, por ter acreditado na mudança para melhor, no diferentes aspectos da vida do nosso País. O lema da campanha eleitoral reforçou a minha expectativa positiva.. Creio que o mesmo ocorreu em relação a maior parte dos eleitores.

Actualmente, conquanto esteja descontente com o MPLA, por motivos óbvios, continuo sendo seu militante. Ao contrário de mim, o senhor prejudicou o seu partido. Pô-lo na lama e desvalorizou os seus correligionários.

Senhor Fernando Heitor, deixo-lhe a pergunta que se segue. Se o senhor que é um indivíduo de elevada intelectualidade se deixou ser instrumentalizado, o que dizer dos militantes em causa, que têm dificuldade econômica, não têm o seu nível de conhecimento e a sua longa experiência de militância partidária?

Não gosto de pessoas que se vendam ou que cuspam no prato em que comam

Quanto às críticas que o senhor dirigiu ao MPLA, muitas delas têm a ver com passado relacionado com a luta de liberação nacional e com os conflitos internos por causa do poder. Alguns factos descritos já foram feitos por membros, amigos e simpatizantes do MPLA e por outras pessoas, vítimas e testemunhas desses acontecimentos. Contudo, é de recordar que a UNITA e a FNLA também estão associados a assassinatos bárbaros e a actos de racismo e de tribalismo. Esses factos negativos que, infelizmente, fazem parte história dos três movimentos de libertação nacional não devem ser referenciados com fim de se obter vantagens políticas. Atitudes como a sua não contribuem para a paz e reconciliação nacionais. Para ser sinceros, a maior parte dos políticos da sua geração não contribuem positivamente para a reconciliação ente os angolanos, pois, recorrentemente, trazem à memória esses factos, que causam ódio. Mude de atitude.

Devemos olhar para o futuro e rezar ou ter a expectativa de que negros da nossa história não voltem a ocorrer. Não é salutar para a nossa estabilidade e irmandade que, actualmente, se relate esses os factos sangrentos associados ao MPLA, UNITA e FNLA.

Semhor Fernando Heitor, deixo-lhe mais uma pergunta reflexiva. É se, a mesmo não sendo verdade, alguém, com intenção de o prejudicar disser que o senhor tem as mãos sujas de sangue?!
Para que o senhor tenha uma pequena ideia de mim, digo-lhe que não sou bajulador, nem intriguista. Sou crítico de situações relacionadas com a realidade do seu e do meu Pais. Faço-o com o propósito de ajudar na reflexão sobre questões preocupantes e para despertar os governantes e os políticos adormecidos de todos os partidos.
Jamais hei-de elogiar o que estiver errado. Nunca direi que a “merda cheira à perfume”.. porque tenho princípio, que desejo respeitar.

Senhor Fernando Heitor, reitero o que disse. Politicamente, o senhor falando suicidou-se. E ainda que peça desculpa, jamais a UNITA de Jonas Savimbi, Isaías Samakuva e Adalberto Costa Junior, acreditará em si. O senhor já não consegue limpar a UNITA.

Senho suicida políticos, termino dizendo que, sinceramente, valorizo o seu patriotismo. No entanto, abomino a sua “heitoridade”, ou seja, a sua traição/falsidade. O seu ê um grande “heitor”. Portanto, não tem moral para escrever o que escreveu. Haja coerência!
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*José Carlos de Almeida, comissário políticos, formado na Escola Comandante Gika, na especialidade de Artilharia Terrestre.
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joseca_makiesse

26 de Maio de 2021