Luanda - Welwitschea “Tchizé dos Santos” e Luyana “Ginga Savimbi” marcaram para o dia de hoje, 19 horas e 30 minutos, no Instagram, o lançamento de uma campanha a que chamam de “JLO, Not”. A “Live” tem tudo para prender a atenção do público, de diferentes gerações, não fossem as protagonistas filhas de antigos opositores políticos e figuras tão controversas da nossa história contemporânea.

Fonte: Club-k.net

A aliança entre a filha do ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, e do líder fundador da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, sugere-nos o reavivamento da nossa memória, até porque em política não pode valer tudo.


Política deve ser feita com base em princípios éticos e de coerência. A cegueira e sede pelo alcance do poder já tinham levado Savimbi a juntar-se ao regime segregacionista do Apartheid, pouco depois da fundação da UNITA. Uma aliança que teve consequências trágicas e muito incisivas na matanças de milhares de angolanos, na perseguição aos namibianos da SWAPO (Angola era o esconderijo de muitos deles) e na manutenção do regime de submissão do homem preto ao homem branco, em Pretória.


A cegueira e sede pelo poder já tinham levado Savimbi e o seu movimento, logo no primeiro ano da sua fundação, a estabelecer um pacto com os serviços de contrainteligência do regime opressor (colonial), para obstaculizar toda e qualquer movimentações e localização de elementos ligados ao MPLA na Frente Leste de Angola. Como somos um “povo de memória curta”, ou melhor, como filha de peixe, peixinha é, Ginga Savimbi está prestes a cometer o mesmo erro que o seu pai havia cometido: aliar-se ao opressor (aquele que foi responsável pelo atual estado de coisas) para combater outro opressor (aquele que procura manter o status quo).


Não se engane, menina Ginga: a Live com Tchizé só terá lugar porque o pai dela, José Eduardo dos Santos, perdeu o poder e o seu património e da sua família estão em perigo. O problema não é João Lourenço. O problema não são as pessoas que comem nos contentores. As elevadas mortes diárias nos hospitais. A fome, o desemprego, a imprensa colocada no "cafrique", ou ainda a perseguição ao líder do seu partido, Adalberto Costa Júnior.


O problema, menina Ginga, é a fonte de enriquecimento ilícito que secou para Tchizé e sua família. Se Eduardo dos Santos ainda estivesse no poder, até hoje, não saberias o paradeiro do corpo de Savimbi, seu pai. É preciso saber escolher os aliados. Não pode valer tudo em politica. Depois não diga que não avisei, quando entrarem em ação os marketeiros brasileiros ao serviço do MPLA.