Lisboa – O ministério do interior fez baixar (ao SME), no passado dia 3, uma ordem de interdição de saída do país contra altas patentes da Casa de Segurança da Presidência da República, tais como o grupo de majores ligados ao grupo de Pedro Lussati, recentemente apanhado com caixas de dinheiros.

Fonte: Club-k.net

CONSTITUÍDOS ARGUIDOS DA “OPERAÇÃO CARANGUEJO”

Dentre as altas patentes se destacam, o tenente-general Luís Simão Ernesto, que ao tempo do José Eduardo dos Santos exerceu o cargo de financeiro da Casa de Segurança, e tido como o “barão” da rede de oficiais, com quem o major  Pedro Lussati, trabalhou em estreita colaboração.

 

Está igualmente na lista dos interditados, o antigo financeiro da UGP, coronel José Ricardo Tchiwana, notado como a figura que chegou a ter em sua posse dois contentores contendo caixas de dólares norte americano, escondidos numa fazenda.

 

O acadêmico e general Ernesto Guerra Pires que foi recentemente afastado de consultor da Casa de Segurança está igualmente proibido de sair do país. Conhecido nas lides militares por “Guerrito”, este oficial é conhecido por ter feito parte da guerrilha do MPLA, ainda miúdo e tarde transitou para as FAPLA. Em 2018, recebeu o titulo de Doutor Honoris Causa pelo Centro Americano Cultural de Estudos Superiores (CACES), na Cidade do México.

 

Consta também o nome de um, não militar, Daniel Mingas Casimiro, afastado recentemente do cargo de Director do Gabinete de Estudos de Segurança da Casa de Segurança. Mingas Casimiro é um acadêmico do ISCED que entrou na Casa de segurança ao tempo do general “Kopelipa”, por força do pedido de um familiar em comum, Ruy Alberto Vieira Dias Rodrigues Mingas.

 

Respeitante aos quadros intermédios conforme lista – dos interditados - que o Club-K teve acesso, consta o nome do major Hermez Francisco Tyaunda, 38 anos, que é por sua vez filho do comandante da UGP, Tenente-general Alfredo Tyaunda. Na mesma lista está igualmente o nome do major Gamaliel Gama, que se encontra há mais de três anos afastado da UGP devido a problemas de saúde.

 

Na mesma lista de implicados, está também Ildefonso Armando Gama Ferraz, cuja “operação caranguejo”, o encontrou nos calabouços da justiça por pesar sobre si, um crime de natureza passional.

 

Todas estes oficiais foram constituídos arguidos no âmbito do processo 39/2021, vulgo “operação caranguejo”, que investiga desvio de fundos dos cofres da Casa de segurança e o surgimento de caixas de dinheiros fora do circuito financeiro. Pedro Lussati, o major que foi figura chave para todas estas descobertas foi encontrado com 30 caixas de dinheiros e vários apartamentos em Luanda.