Lisboa - Antes de começar este assunto, tenho de vos solicitar que se apartem inteiramente e lancem para fora todas as distinções segregadoras que, desde décadas, provocaram acontecimentos infelizes em nosso país, e que nenhum angolano de bem desejaria a sua repetição. Mas, somente seremos capazes de trazer uma abordagem séria e com soluções estruturais se conhecermos os pontos fortes e fraco da nossa cultura política. Desta forma, estaremos em condições de propor soluções estruturantes e estancadora de conflitos sociais cíclicos e permanentes. No entanto, falamos de angolanos para angolanos, partindo de uma base ideológica nacional e não partidária. Somente assim, estaremos em preparados para discutir Angola e não meramente o poder e os privilégios que advém deste.

Fonte: Club-k.net

Consciente de que as lutas políticas, por vezes, limitam-se a substituir uma elite por outra, mas ao mesmo tempo, permita que novos métodos políticos e administrativos sejam introduzidos. O novo Governo que diverge do status quo contribui para uma reforma administrativa, ponto deste modo, um termo as práticas antigas por meio de métodos modernos e transparentes, colocando consequentemente um fim aos vícios políticos.


E quando começa a ser luzidio de que a causa da nossa desgraça não foi somente a guerra, muito menos a crise financeira e ou a baixa do preço do petróleo, urge a necessidade de uma profunda oração sobre o Estado que se pretende construir e o caminho a seguir. Neste sentido, a alternância começa a ser um imperativo moral que todo o angolano deve cultivar.


A falta dela, assim como é evidente para todos nós e com os casos, quase pornográfico, de corrupção que vem destruindo toda á sociedade, desencadeando um processo de colapso do Estado e da sociedade. Mesmo diante de tamanha prova de insensibilidade para com os angolanos, o nosso governo na busca da perpetuação no poder, tem apostado na sublimação do personalismo ( JLO e Adão de Almeida), na manipulação, na comédia (o termo popular, vão assustar já esta), na camuflagem dos problemas, na perseguição e tentativa de destruição da imagem dos lideres da Oposição, usando os canais de informação público como meio de ação psicológica do partido. Uma tentativa de deixar o eleitorado confuso e sem uma alternativa plausível. Assim se faz política do tudo vale no país que diz ter a reconciliação nacional como o maior ativo moral do povo angolano.


Com o ilustrado, tencionamos cá produzir uma clara intelecção dos angolanos enquanto tais, na sua situação atual, pressupomos que se inclinem para ver com os próprios olhos, livres da miopia partidária e das distinções segregadoras, o estado atual da nossa terra – terra que um dia, assim como defendeu Agostinho Neto, será á trincheira firme de Africa. Mas o país nunca levantará da trincheira em que se encontra através dos meios habituais e com esta estrutura política, económica e social. é preciso uma rotura com o passado, a troca deste círculo vicioso em que nos encontramos, por um círculo virtuoso que cria instituições inclusivas que conduzem a uma distribuição mais equitativa dos recursos. Deste modo, empoderasse a sociedade em geral e cria uma maior igualdade de condições, mesmo quando se tratar de luta pelo poder, haverá instituições isentas que irão proporcionar igualdade e equidade. Isto dificultará que uma pequena elite esmague o povo, em vez de ceder as suas exigências ou pelo menos a algumas delas.


Caros compatriotas, Angola é de todos nós e não é justo uns herdarem o que de bom Angola oferece e alguns viverem na penúria sem um fim á vista.


A vós que consideras ser um intelectual, Angola precisa da sua racionalidade para puder trazer de volta o melhor deste povo. Porque o grau de desenvolvimento de um país esta na forma como este trata os mais pobres e não na forma como esta valoriza os poderosos.

É com responsabilidade, determinação e sacrifício que se constrói um Estado. Por isso, a vós o apelo. Em 2022, vote alternância, vote Angola porque temos, pelo menos, á obrigação moral de deixar uma Angola capaz para os nossos filhos.

Por : António Correia e Endy Tomé