Luanda - O actual xadrez do MPLA remete-nos a uma célebre frase de Jonas Savimbi: "o MPLA está numa curva apertada". Numa só palavra, os "Camaradas" estão à correr contra o tempo, com uma estratégia de marketing desconcertada e ultrapassada, ou seja, o MPLA parou no tempo e só com os "milagres dos computadores da CNE" poderá vencer o próximo pleito eleitoral.

Fonte: Club-k.net

Sem líderes carismáticos, muito menos visionários, a forma como está montado o tabuleiro de xadrez do Bureau político do MPLA mostra claramente a curva apertada em que os camaradas se encontram. Ou seja, peças erradas no lugar certo, e peças certas no lugar errado, com raras excepções como a Vice-presidente, Luisa Damião, Rui Falcão e Joana Tomás, por terem uma veia combativa inquestionável. De resto, têm se mostrado, inquestionavelmente, figuras decorativas e desavindas no seio da organização política.


O partido no Poder parou no tempo e no espaço. Prova disso, é o facto do MPLA acreditar piamente que os problemas sociais dos angolanos estão a ser resolvidos com a distribuição de sopas solidárias, em que vezes sem conta, Bento Bento aparece como o principal artista de circo.


Um autêntico carnaval, em plena fase pré-eleitoral, em que à mídia pública assume, sem maquiagem, o papel de "Quarto do Poder", e funciona como porta-bandeira de um "encomendalismo", típico de regimes ditatoriais.


O que se diz pela "à boca pequena", é que a nível das províncias do Cuanza Sul, Cuanza Norte, Huambo, Lunda Norte, Namibe e Zaire já foram orientados sobre a necessidade de separação de cargos, ou seja, o primeiro Secretario do Partido fica apenas com responsabilidade partida. Porém, a realidade tem revelado que os primeiros secretários do MPLA têm se mostrado totalmente despreparados para os desafios que se avizinham.


Algumas vozes críticas do partido defendem que quadros como Jú Martins não deviam ser relegados ao esquecimento, numa altura em que o MPLA encontra-se no pior momento da sua história.


Outra situação que deve preocupar o Presidente do Partido que destruiu o tecido socio-económico do País, é o facto de as deslocações dos membros do seu Bureau político às restantes 17 províncias servirem de viagens meramente turísticas para ocupar fazendas, e produzir relatórios adornados, uma vez que limitam-se a receber "exposições" elaboradas pelos secretariados províncias, e a ouvir grupos previamente seleccionados.


Uma outra situação é a falta de sincronia e a busca de protagonismo dos ditos "estrategas" do tempo do "monopartidarismo". O amadorismo do general Tavares Ferreira e do Gabinete de Acção Psicológica, liderado por Norberto Garcia, têm sido preponderante para destapar o véu as fragilidades e preocupações do MPLA em relação ao seu mais directo adversário.


Resumindo, as fragilidades do MPLA são visíveis à olhos desarmados, e estão longe de serem bem sucedidos com as péssimas estratégias que têm adoptado, descurando o contexto e o público-alvo, focando-se apenas na tentativa de assassinato da reputação do líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, facto que tem provocado um efeito contrário, elevando a popularidade do Presidente do maior partido da oposição.