Luanda - O actual coordenador da comissão instaladora da Universidade de Luanda, Alberto Maba Chocolate, está ser acusado de “má-fé”, por um grupo de antigos trabalhadores, por este ter, alegadamente, de forma injusta demitido 25 funcionários do Instituto Politécnico de Gestão, Logística e Transporte (IPGEST), até a presente dada sem indemnização, tendo enquadrado novos funcionários nos mesmos cargos e funções, durante a suspenção dos antigos por conta da Covid-19.

Fonte: Club-k.net

Uma fonte próxima à referida coordenação alega ter tido acesso ao despacho de 2020, que ordena a transição das estruturas (todo seu património), e do pessoal do ex-Instituto Superior de Gestão, Logística e Transporte (ISGEST), do Ministério dos Transportes para a tutela do Ministério do Ensino Superior, Ciências, Tecnologias e Inovação (MESCTI), o que, para si, a transição não se efectiva por “má-fé” de Alberto Chocolate.

 

Segundo disseram ao Club-K Angola, fontes que preferiram o anonimato, os planos de mandar 25 funcionários ao desempregos começou a ser montado em Dezembro de 2019, quando Alberto Chocolate, enquanto ainda coordenador na gestão do IPGEST, umas das unidades orgânicas da Universidade de Luanda, onde agora Chocolate exerce as mesmas funções, decidiu suspender um grupo de trabalhador das suas funções e cargos, permanecendo em casa, alegando medidas preventivas contra Covid-19.

 

Porém, alegam os denunciantes, que na altura muitos já se encontravam há longos meses sem salários, tal situação surpreendeu a todos quando a suspensão temporária por conta da pandemia evoluiu para despedimento coercivo de 25 trabalhadores, em Dezembro de 2020, sem indemnização até ao momento, numa altura em que os seus cargos e funções, afirmam, “foram substituídos por novos colaboradores, enquadrados com as datas de ingresso de antigos funcionários para prevalecer a antiguidade de serviço”.

 

No dia 7 de Maio do corrente ano, realça uma das interlocutoras do Club-K, o IPGEST actualmente sob coordenação de gestão de António Fernando Júnior, por sinal, subordinado de Alberto Chocolate, passou a emitir caducidade de contratos de trabalho para todos trabalhadores visados no mesmo processo, sem justa causa, nem sequer, lamentam os lesados, observar para os salários em dívidas acimas de dois anos tão pouco se ouve falar sobre indemnização.

 

O grupo de ex-trabalhadores exige do MESCTI, enquanto ministério de tutela, respostas para ver a sua indemnização e salários atrasados regularizados, ao paço que manifesta o desejo de ver os dois responsáveis Alberto Maba Chocolate e António Fernando Júnior exonerados dos cargos, por alegada má gestão, justificada com o estado das contas de Segurança Social que dizem se encontrar sem fundos, embora tenham sido descontados durante este período de serviço.

 

“Sem salários, nos despediram sem justa causa, não temos indemnização o Ministério do Ensino Superior não se pronuncia. Enquanto esperávamos o regresso por causa da Covid-19, o senhor Maba colocou nos nossos lugares todos seus familiares. Para agravar, fomos saber dos nossos descontos na Segurança Social, não há nada”, lamentou uma das antigas funcionárias.

Antecedentes de Chocolate

Conforme os denunciantes, alguns dos quais funcionários com cargos de hierarquias superiores exercidos no IPGEST, Alberto Chocolate terá alegadamente inviabilizado todo bom funcionamento do IPGEST, desde a sua tomada de posse em 2017, quando ainda denominava-se Instituto Superior de Gestão, Logística e Transporte (ISGEST), pertencente, até outubro de 2020, ao Ministério dos Transportes, através do Conselho Nacional de Carregadores.

 

Alberto Maba, afirmam os entrevistados, em 2018 começou a demitir toda força de trabalho mais antiga que havia encontrado na referida instituição, desde docentes ao quadro administrativo que desde 2013 eram funcionários em pleno exercício das suas funções, para recrutar novos colaboradores de sua preferência.

 

“Vocês vão sair todos para rua. Podem ir se queixar ao tribunal e vão ser indemnizados, até porque o dinheiro não vai sair do meus bolso, mas sim no do Estado”, desta forma tinha, supostamente, advertido Alberto Chocolate, numa das reuniões com os seus subordinados, de acordo com um dos participantes à mesma reunião, pelo que, lamenta, promessas de Chocolate consumadas hoje com o seu desemprego.

 

Tentamos sem êxito falar com o acusado, bem como não tivemos respostas do Ministério do Ensino Superior.