Luanda - Em Angola, o parlamento é uma estrutura que engloba a oposição para a legitimação dos actos do MPLA. O MPLA não tem nas suas contas a alternância no poder, através do voto popular e verificável. O parlamento é uma estrutura do MPLA que permite o debate ao nível nacional e, é também uma extensão da vontade da Direcção do MPLA. É o único local onde a oposição pode expor o que pensa, e assim, parecer para o mundo que a democracia existe: existem os CAP, JMPLA, OMA, comités de especialidade, e o parlamento (nunca vai sair daí uma norma de um partido da oposição e quando for consensual, serve mais o MPLA que a oposição).

Fonte: Club-k.net

O parlamento "integra" a oposição! É simplesmente uma outra forma de se cumprir com a política de integração. Indirectamente, os partidos da oposição com assento parlamentar, servem os desígnios do MPLA. Nunca, pela mão do MPLA, vai haver, da parte da oposição uma maioria que possa jogar contra os projectos de lei criados pelo partido no poder. Todo o aparente exercício democrático, serve o sistema implantado pelo MPLA.


Os deputados dos partidos na oposição, só eles mesmos é que sabem o valor que têm para a sociedade, porque para o MPLA, eles servem os seus propósitos.


Angola só não é um estado totalitário, constitucionalmente, porque o sistema político e as fragilidades nacionais permitem, ainda a fraude sem contestação: o MPLA sabe que podem reclamar mas, vão sempre se calar mais tarde; a ideia é exercer pressão indirecta, com os factos da história, e que têm surtido efeito, da actuação das forças da ordem sobre os políticos que se rebelam contra a ordem política instituída. Os anti-motins ainda estão aí e, desde a muito tempo que não vão à terreiro...


Esta iniciativa de revisão pontual da constituição, é um teste para uma possível outra revisão pontual, um pouco antes das eleições, obrigatória, que em definitivo apeie o presidente da UNITA, na luta pelo poder político.


A irritação que surge contra ACJ, é que o seu estilo descomprometido com o medo dos métodos do MPLA, obrigue o sistema a expor perante toda a sociedade e o mundo, a sua natureza não democrática e assim, a condenação Internacional, além da elucidação sobre o fantasma do racismo que o MPLA colou à UNITA e que sempre foi usado como instrumento para descredibiliza-la.