Luanda - Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza em Lisboa no verão de 2023, chegam na quinta-feira a Luanda para uma peregrinação por diversas dioceses de Angola, até 17 de agosto.

Fonte: Lusa

Segundo informação do gabinete de imprensa da JMJ Lisboa 2023 (JMJ2023), os símbolos - a Cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani -- chegam às 20:00 de quinta-feira ao Aeroporto 4 de Fevereiro, em Luanda, estando agendada para a paróquia da Sagrada Família, na sexta-feira, a missa de acolhimento, presidida pelo arcebispo Filomeno do Nascimento Vieira Dias, presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé.

Durante mais de um mês em que permanecerão em solo angolano, os símbolos da JMJ passarão pelo Seminário Maior de Luanda, por inúmeras paróquias e pelas dioceses do Sumbe, Benguela, Huambo, Viana e Caxito, antes de regressarem à capital do país, onde estarão presentes no encerramento da Jornada Diocesana da Juventude, no dia 13 de agosto.

Do programa até agora conhecido, a última cerimónia prevista em Angola será uma missa animada pelos escuteiros, na tarde de dia 17, véspera do regresso dos símbolos a Portugal.

Além dos arcebispos de Luanda e do Huambo, Filomeno Dias e Zeferino Zeca Martins, respetivamente, têm já cerimónias previstas no âmbito desta peregrinação os bispos Belmiro Chissengueti (Cabinda), Luzizila Kila (Sumbe), António Jaca (Benguela), Emílio Sumbelelo (Viana) e Maurício Agostinho Camuto (Caxito).

Após a peregrinação por Angola, e antes de visitarem todas as dioceses portuguesas, os símbolos viajarão até Espanha (meses de setembro e outubro deste ano) e Polónia (em data ainda não anunciada).

Em 2022, entre os dias 04 e 07 agosto, a cruz e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani voltarão a Espanha, para a Peregrinação Europeia de Jovens, em Santiago de Compostela.

Está também previsto que os símbolos se desloquem a outros países lusófonos.

Tradicionalmente, nos meses que antecedem cada JMJ, "os símbolos partem em peregrinação para serem anunciadores do Evangelho e acompanharem os jovens, de forma especial, nas realidades em que vivem", acrescenta uma nota sobre a iniciativa.

Com 3,8 metros de altura, a Cruz peregrina, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, foi confiada por João Paulo II aos jovens no Domingo de Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí, a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou a quase 90 países.

"Foi transportada a pé, de barco e até por meios pouco comuns como trenós, gruas ou tratores. Passou pela selva, visitou igrejas, centros de detenção juvenis, prisões, escolas, universidades, hospitais, monumentos e centros comerciais. No percurso enfrentou muitos obstáculos: desde greves aéreas a dificuldades de transporte, como a impossibilidade de viajar por não caber em nenhum dos aviões disponíveis", informa a mesma nota.

"Em 1985 esteve em Praga, na atual República Checa, na altura em que a Europa estava dividida pela cortina de ferro, e foi aí sinal de comunhão com o Papa. Pouco depois do 11 de setembro de 2001, viajou até ao Ground Zero, em Nova Iorque, onde ocorreram os ataques terroristas que vitimaram quase 3.000 pessoas. Passou também pelo Ruanda, em 2006, depois de o país ter sido assolado pela guerra civil", acrescenta.

Já o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços, tem 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura, e está associado a uma das mais populares devoções marianas em Itália.

"É antiga a tradição de o levar em procissão pelas ruas de Roma, para afastar perigos e desgraças ou pôr fim a pestes. O ícone original encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e é visitado pelo Papa Francisco que ali reza e deixa um ramo de flores, antes e depois de cada viagem apostólica", acrescenta o documento divulgado pelo gabinete de imprensa da JMJ2023.

A Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, para a qual são esperados mais de um milhão de jovens de todo o mundo, decorrerá nos terrenos da margem do rio Tejo, ao norte do Parque das Nações, e deverá ser encerrada pelo Papa.

Inicialmente prevista para o verão de 2022, a iniciativa foi adiada um ano, devido à pandemia de covid-19.