Lisboa - O ex-Presidente Jacob Zuma entregou-se esta noite às autoridades policiais na África do Sul para cumprir uma pena de prisão de 15 meses por desrespeito à Justiça, foi hoje anunciado.

Fonte: Lusa

"Informamos que o Presidente Zuma decidiu cumprir a ordem de prisão. Ele está a caminho de um estabelecimento prisional dos Serviços Correcionais no KwaZulu-Natal", referiu a Fundação Jacob Zuma nas redes sociais citada pela imprensa sul-africana.

 

Jacob Zuma entregou-se às autoridades minutos antes da meia-noite local (23h de Lisboa), o prazo limite para a sua detenção ordenada pelo Tribunal Constitucional, tendo sido escoltado pelos serviços de proteção presidencial.

 

Um porta-voz do Ministério da Polícia, Lirandzu Themba, confirmou que Jacob Zuma se entregou às autoridades policiais na noite de hoje.

 

O antigo chefe de Estado enviou horas antes uma carta à mais alta instância judicial do país a solicitar a proibição da execução da ordem de detenção enquanto aguarda o resultado de todos os processos judiciais, segundo a Fundação Jacob Zuma.

 

Esta é a primeira vez na história da África do Sul que um ex-Presidente é condenado a uma pena de prisão.

 

O Tribunal Constitucional da África do Sul condenou em 29 de junho o ex-Presidente Jacob Zuma a 15 meses de prisão por desrespeito ao tribunal, ao recusar repetidamente cumprir a citação que lhe exigia o testemunho em investigações de corrupção.

 

De acordo com a decisão, o antigo chefe de Estado sul-africano deveria entregar-se à polícia no prazo de cinco dias.

 

Zuma foi considerado culpado por não obedecer à ordem do tribunal para comparecer perante a comissão que investiga alegações de grande corrupção no Estado sul-africano durante o seu mandato presidencial de 2009 a 2018.

 

A polícia sul-africana destacou mais de 70 veículos, incluindo uma unidade de intervenção especial antimotim, para o local da residência oficial do ex-Presidente sul-africano na área rural de Nkandla, província do KwaZulu-Natal, litoral do país, segundo a imprensa local.

 

Entre os meios policiais destacados, contavam-se veículos blindados e canhões de água.

 

Os simpatizantes de Zuma permaneceram na rua após as 22 horas locais, em violação do recolher obrigatório decretado no âmbito do confinamento de nível 4 contra a covid-19 em vigor no país.

 

Desde o fim de semana, centenas de simpatizantes de Zuma congregaram-se junto à residência oficial de Zuma na área rural de Nkandla, KwaZulu-Natal, para evitar qualquer tentativa de a polícia prender o antigo chefe de Estado sul-africano.