Lisboa - Agência de Segurança de Estado da África do Sul suspendeu o responsável de operações internacionais, Robert McBride, devido a uma missão secreta à revelia das autoridades de Maputo, relatou a imprensa sul-africana.

Fonte: DW

"Podemos confirmar que o senhor McBride foi suspenso, mas não estamos em posição de revelar mais detalhes devido ao acordo de confidencialidade entre o empregador e os funcionários", disse o porta-voz da Agência de Segurança de Estado da África do Sul (SSA, na sigla em inglês), Mava Scott, ao jornal TimesLive.


Todavia, o portal sul-africano referiu que quatro espiões sul-africanos foram detidos na capital moçambicana, Maputo, na sequência de uma operação da SSA que "correu mal" no país vizinho, no início deste ano.


Por seu lado, o portal News24 acrescentou que os agentes dos serviços secretos da África do Sul foram detidos quando tentavam recolher informações sobre a insurgência armada na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, salientando que foi abatido um drone sul-africano por funcionários da Segurança de Estado de Moçambique.


O semanário sul-africano City Press, que avançou a notícia, adiantou que a missão secreta sul-africana, em Moçambique, foi aprovada por Robert Mcbride, aparentemente sem o conhecimento das autoridades de Maputo, ao abrigo de um protocolo operacional entre os dois países vizinhos, que estabelece que as autoridades moçambicanas sejam notificadas sobre as atividades dos agentes secretos da África do Sul naquele país lusófono.


De acordo com jornal, os quatro agentes da SSA foram libertados após a intervenção da ministra da Segurança de Estado sul-africana, Ayanda Dlodlo.


O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, visitou Moçambique em abril, juntamente com a ministra da Segurança sul-africana, na sequência dos ataques terroristas, em março, à vila moçambicana de Palma, região norte de Cabo Delgado.


Grupos armados atacaram pela primeira vez a vila de Palma, a cerca de seis quilómetros dos multibilionários projetos de gás natural. Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram à fuga de pelo menos 11.000 pessoas, segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).