Namibe - Matala deve tornar-se província no âmbito nova divisão política-administrativa de Angola.

Fonte: Club-k.net

Segundo as projeções populacionais de 2018, elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística, a província da Huíla com uma população de 2.819.253 habitantes e com uma dimensão de 79 023 km², é a mais populosa de Angola depois de Luanda.


Huíla constitui-se por 14 municípios: Caconda, Cacula, Caluquembe, Chiange, Chibia, Chicomba, Chipindo, Cuvango, Humpata, Jamba, Lubango, Matala, Quilengues e Quipungo.
Ora, recentemente Sua Excelência, João Lourenço, Presidente da República de Angola criou uma Comissão que vai procurar alternativas para a alteração da divisão política-administrativa das províncias do Cuando Cubango, Lunda Norte, Malanje, Moxico e Uíge, lamentavelmente sem incluir a província da Huíla.


O Sr. Presidente da República anunciou a sua intenção de alterar a divisão política-administrativa de cinco províncias do país sem Huíla, com o propósito de criar maior aproximação entre as entidades administrativas e os cidadãos, assim como uma gestão mais justa e equilibrada do território nacional.


Neste diapasão, sendo a Huíla a província mais populosa de Angola depois de Luanda e constituída por 14 municípios, há razões mais que suficientes para a sua divisão, tornando o município da Matala em província com por seguintes razões:


1. Excepto o município da Matala por ter barragem, aeroporto, Unidade Militar estratégico (no tempoda guerra), o canal de irrigação para agricultura, os demais municípios que distam da cidade capital do Lubango estão subdesenvolvidos, isto é, com uma população em extrema pobreza, pois, os municípios mais próximos da cidade capital do Lubango onde os chefes de Luanda visitam são sempre os privilegiados em termos de infraestruturas em detrimento dos municípios do interior;


2. Você chega hoje no município de Chicomba, Chipindo, Cuvango, Jamba (Mineira) pensa que a guerra em Angola terminou a 4 anos atrás, pois, a maioria dos edifícios das Vilas daqueles municípios fazem lembrar o período do conflito armado, mesmo depois de 19 anos do calar das armas;


3. Os municípios de Caluquembe e Caconda se têm um pouco de visibilidade, que muitos confundem com o desenvolvimento, é por causa da estrada nacional Huíla/Huambo, fora disso quase nada de especial tem em termos do desenvolvimento;


4. Infelizmente os 5 deputados do MPLA na província da Huíla e elite que comanda a província nunca estiveram interessados com divisão política-administrativa da Huíla com subterfúgios de que fora dos 7 municípios, outros 7 não são capazes de sustentar a província, porém estes mesmos indivíduos, lamentavelmente, não defendem nem fazem investimentos públicos de grande impacto nesses municípios martirizados do ponto de vista governativo;


5. Quem fique bem claro, que eu não defendo a divisão política-administrativa assente em questões etnolinguísticas ou tribais, pois, todos somos iguais perante a Constituição, e Lei e desta feita a unidade na diversidade é a saúde das sociedades democráticas e gera o desenvolvimento, porém não concordo que certos municípios sejam usados como trampolim para o desenvolvimento de outros, acentuando deste modo as assimetrias regionais que o Executivo supostamente pretende combater;


6. Perante esta realidade proponho à Sua Excelência Presidente da República, que no âmbito da nova divisão política-administrativa de Angola, o município da Matala venha a ser uma província e estar construída pelo município do Chipindo, Cuvango, Jamba, Chicomba, Caluquembe, Caconda e o futuro município sede da Matala. O município da Cacula, Chiange, Chibia, Humpata, Quilengues, Quipungo e Lubango continuariam a pertencer a província da Huíla;


7. Actualmente muitos municípios acima referenciados em termos de serviços de saúde, educação, com os serviços económicos, registo civil, etc etc. já dependem da Matala, logo a materialização da presente sugestão em consonância com a nova divisão política-administrativa de Angola criaria de facto maior aproximação entre as entidades administrativas e os cidadãos, assim como uma gestão mais justa e equilibrada do território nacional.


Outrossim o debate sobre a divisão política-administrativa de Angola deve ser inclusivo envolvendo todas forças vivas da Nação e não se restringir apenas aos membros do Bureau Político do MPLA e do Conselho de Ministros para depois mandar recado à Assembleia Nacional onde o MPLA age como um cilindro abusando da sua maioria parlamentar, muitas vezes, desrespeitando consensos e/ou as minorias.


Portanto construamos a nova Angola na base do diálogo participativo e inclusivo.
POR E PELOS ANGOLANOS JUNTOS PODEMOS ????????????????????????
Namibe, 11 de Julho de 2021.


Deputado, Sampaio Mucanda