Luanda - O dia 11 de Julho designado pelas Nações Unidas como o dia da população mundial, tem para esse controlo alguns tipos de contadores.

Fonte: Club-k.net

Nada contra isso; consenso mais consenso não me vou desdizer hoje fingindo que acredito fazermos parte da estatística mundial.

 

Sabem, ninguém no mundo está preocupado com os nossos cemitérios clandestinos; não se preocupam com o o sumiço da malta por razões de poder e não iriam preocupar-se com outras razões cobertas pela irracionalidade. Contudo...

 

O Worldometer (um contador) não deixa de ter o seu brilhantismo nessa onda de aproveitamento dos algoritmos para gente civilizada.

 

Enquanto teclo (dactilografando), não se esqueçam que quem processa é o computador e que cada vez mais apenas somos ajudantes de periféricos, olho para as estatísticas dos que fazem por merecer o pão que comem:

 

Há meia hora atrás a população mundial era de 7.878 699 440, dados do Worldometer. Desligando o cronómetro do meu telemóvel volvidos 30 minutos “éramos” 7 878 703 750 biliões, ou seja, visitaram o planeta terra mais 4.310 pequenos terráqueos contáveis!

 

Entre todos os números (são demasiados), compreendendo falecidos, economia, literatura, viagens, enfim, chamou-me a atenção de uma quase paralisação na produção de livros publicados neste pandémico ano, em que apenas 16 livros são conhecidos em cada meia hora. Contava com isso?

 

Nada contra também, mesmo porque publicar e fazer filhos são empreitadas diferentes. Muito diferentes!

 

Qualquer bicho se reproduz, ao contrário da publicação de uma obra literária que, à excepção de vômitos gráficos de grupo à parte, livros de verdade não estão ao alcance de qualquer reduto entre os “homo sapiens“.

 

Mas… vamos ao que importa por agora?

 

Nada preocupado com a estatística global e a responsabilidade de ser governo, o MPLA de JES aguentou por mais de 30 anos sem qualquer censo populacional, tendo como “gentómetro“ próprio, os beneficiados pelo sistema na distribuição de benesses e, mais coisa menos coisa o sorriso amarelo dos encarregados pela diminuição da espécie mwangolé (angolense) desmerecedora.

 

Entretanto os contadores mundiais prosseguiam movidos pelos algoritmos e pela exclusão de partes que isso de contar com cemitérios clandestinos, nados mortos e funcionários fantasmas dá cabo da cabeça e da computação.

 

Em 1974 relatavam os mesmos contadores que Angola era habitada por seis milhões de almas, mais ou menos a população da metrópole colonizadora (Portugal) que, com menor território possuía 8.7 milhões de tugas. Estes e outros dados foram aceites pelos nossos leões e bem assim a cabula constitucional lusitana impingindo aos angolenses os mesmos assentos parlamentares que os do país deixado de ser irmão.

 

Em 2014 quando os detentores do poder e da economia angolana decidiram dar por conveniente declarar ao mundo a nossa existência demográfica, “descobriram” 26,94 milhões de quase vegetais, envergonhando a proliferação portuguesa que se fixou em 10,43 milhões no mesmo período. Um notável e intelectualmente intragável crescimento de 223% para os angolenses contra os 0,84% de crescimento de portugueses no mesmo período de tempo! não se chama a essa postura mentir mas assumir uma irresponsabilidade e política e social de enorme proporção.

 

O "crescimento demográfico", extremamente desproporcional ao crescimento económico e social varreu o pais que nos acudia em saúde e batia em qualidade de vida; também um país que não se "entreteve" a eliminar os seus sob o propósito da conquista do balaio financeiro através de guerras e leis revolucionárias de exterminação da concorrência. Já sei, se continuar nesta tónica comparativa, dirão que sou saudosista e que estão fartos de portugueses, mesmo sem estarem fartos de depositar em portugal o que é roubado em angola. Trocando o Cd...

 

A Nigéria, o país mais populoso de África e o mais robusto economicamente teria em 1974 61,68 milhões de nigerianos e em 2014, 176.4 milhões. Cresceu 0,35% durante o mesmo espaço de tempo em que faço a análise: 1974 a 2014!

 

E vem a choradeira que não procede: os angolanos são demasiado férteis!

 

Não fossem os números apresentados pelos nigerianos e a teoria do partido que a todos mente e esmaga seria apenas defensável por certa teoria racial, sob a qual, enquanto os brancos produzem os pretos fazem filhos.

 

Foi isso que José Eduardo dos Santos e seus seguidores desleixadamente defenderam, num tempo em que se pretende deixar de haver brancos e pretos para dar lugar aos seres humanos do Planeta Terra. Só que era absolutamente necessário mostar (enganar) o mundo que os diamantes, o petróleo, a madeira, o peixe, o ferro, a agronomia, os fosfatos, os recursos hídricos, aéreos e marítimos, os recursos resultantes da actividade humana nacional e estrangeira estavam sendo usufruídos por mais de 50 insaciáveis famílias!

 

Basta declarar uma tosca teoria reprodutiva para que instituições internacionais a assumam?

 

Aos interessados, convido a acompanhar o crescimento demográfico da Rússia, o país mais extenso do mundo; da China, o país mais populoso do mundo e que apresenta os seguintes números: em 1974, possuia 900,4 milhoes de chineses contra 1.364 bilhoes em 2014, com um crescimento de 0.66%. É risível ou idiota expormo-nos com a declaração de que somos 30 milhões de bananas? Atrevo-me a afirmar que angola não possui doze milhões de seres resistindo a malária, febre tifóide, SIDA, doenças diarreias e muito, muito má governação.

 

Números que ensombram a idoneidade dos poderosos em Angola e por arrasto, a integridade das Nações Unidas.

 

O actual Secretário-Geral da ONU, Engenheiro António Guterres, pertence a família socialista, algo próximo da família política de Joe Biden do Partido Democrata, mas nem sempre foi assim, como nunca deveria ter sido. Desde quando a irresponsabilidade tomou o centro da humanidade?

 

Rematando, se a gravidez angolana propalada pelo regime dominante em Angola desde 1975 proceder, é urgente alterar a representatividade parlamentar ainda que sejam mais 500 comilões à vermelho e preto, mal ocultando a foice e o martelo.

 

Laurindo Neto (2021.Jl.12)