Luanda - O MPLA deixou, definitivamente, de ser uma referência polida, no xadrez político angolano. Será que depois dos pais fundadores, alguma vez, voltou a ser? Não! O culto de Neto assassinou a esperança e matriz de uma organização plural e democrática. Dos Santos, em 1979, tentou uma inversão, mas acabou, 38 anos no poder, refastelado no centralismo. Agora, desde 2017, João Lourenço ao invés de refinar a democracia, driblou os cidadãos, impondo o mais abjecto autoritarismo, anunciando a morte, em trilhos textuais constitucionais, da democracia, implantando a “ditadura andante”, que acentua a discriminação cidadã, política e jurídica, em nome de um poder, cada vez mais assente na força do fusíl, da China e da Rússia, os predadores tenebrosos, vendedores das armas e bombas de extermínio dos angolanos, que apenas clamam, desde 1975, por um poder constituinte originário, capaz de eleger uma Assembleia Constituinte plural e equitativa, capaz de, institucionalizar órgãos de soberania fortes, garantes da alternância pacifica do poder.

Fonte: Club-k.net


O país vive no maior desnorte. Na indefinição completa. Na pequenez cerebral dos agentes do poder!


Na arrogância saloia! Na falta de preparação, para a hercúlea tarefa de gerir um país.


No finge que nomeia, para exonerar “quatro horas” depois, desrespeitosamente, de verdade

Seguramente, Angola, está na m... mesmice, quiçá e, também...


Toda esta sarrabulhada político-administrativa é digna de entrar no livro do Guiness, por demonstrar uma monumental incoerência do Presidente da República nos actos de nomear e, mais grave, exonerar, titulares de cargo público em tempo recorde, que nem chegam a assinar actos nas novas funções.


Nunca no mundo se chegou a tanta desfaçatez administrativa, salvo a honestidade de destapar o véu da incompetência que grassa nas hostes da base de recrutamento: MPLA, competentemente desqualificada, como nunca antes, nestes quatro anos, onde o índice de exonerações supera o de realizações.


João Lourenço mostra estar atolado num lamaçal, onde espremendo não encontra “sumo camarada”, sem corantes, nem conservantes. Tudo viciado! Tudo incompetente! Tudo laranja podre!


O vice governador de Cabinda, Paulo Luvambano foi, “selvaticamente”, exonerado cerca de 31 dias depois de ter sido nomeado pelo próprio exonerador: 12 de Maio à 18 de Junho, sem justificativa, senão a inconsistência do acto de nomear e exonerar até mortos ou ainda secretários da própria Presidência por escassas 24 horas.


É a engenharia do desconhecido, numa escala onde a visão objectiva de Estado, inexiste.


No caso do engenheiro de Cabinda, em causa esteve uma queixinha, intriga palaciana, movida por um ministro amigo do Presidente, por ter sido contrariado, numa discussão técnica, em que aquele defendia uma tipologia de imóveis, que respeitassem a visão cultural arquitectónica dos povos Imbindas (Cabinda).


Um psicólogo acredita que o problema maior é a contaminação geral do pacote governativo. Nada está bom, advoga e muitos conhecem a força da guilhotina, quando ingenuamente, tentam, rebuscar, para estudo, alguns pergaminhos de gestão, aplicados pelo chefe, antes de chegar ao mais alto cadeirão, mas postos no interior da biblioteca, são apanhados de surpresa, pelo “nada consta”. É um defeito da “maternidade partidocrata”!


E se dúvidas houvesse, a catanada desferida contra a ex-colega de tertúlias, no bureau político, na vice presidência da Assembleia Nacional, não seria tão contundente, ao ponto de mandatar a comunicação social, para anunciar a sua “expulsão” de Luanda, justa ou injustamente, enquanto mais uma peça descartável sem qualificação do xadrez “EMEPELASTICO”, logo desmerecedora de outra consideração.


Mas só Joana Lina (Jajá), não leu os sinais, quando aos 6 de Abril, na 5.ª sessão ordinária do comité central do MPLA, João Lourenço a destituiu de “juris”, ao indicar um ex-proscrito, entretanto clemenciado para exercer as funções de 1.º secretário provincial de Luanda, sem qualquer consulta prévia e respeito a massa militante, pois se eles agem sempre como gado, desta vez não seria diferente, com a camarada “Jajá”, que no dia 24.04.21, viu Bento Joaquim Sebastião Francisco Bento, involuntariamente a praticar “violência doméstica”, expulsando-a compulsivamente, sem direito a recurso, da casa da rua da Liberdade à Vila Alice, Luanda.


“Isto foi uma vergonha! O líder do partido, não pode, expressamente, desrespeitar os estatutos e a massa cinzenta dos militantes. Quer dizer, ele dorme, mas se acorda mal disposto faz o que quer, tratando-nos como autênticas marionetas, num teatro de fantoches, manietados pelo presidente, como se de repente, fosse um Messias, quando nunca antes ninguém de nós lhe reconhecia uma desenvoltura intelectual acima da média”, denunciou João António Zezinho, militante do MPLA de Catete, que “sinto vergonha, por já não haver referências com verticalidade, capazes de chamar a atenção do presidente. Roberto (de Almeida), que poderia ser isento, por ter as mãos sujas de corrupção, tal como todos, na actual direcção, maioritariamente composta por miúdos, sem traquejo, são uns cobardes, que ao não falarem nada estão a deixar o partido afundar-se, com um presidente autoritário, sem carisma, que só com batota, poderá fazer um segundo mandato e o MPLA continuar no poder”, concluiu.


Quando, internamente, já se admite, que a pseudo intelectualidade do MPLA, não muje nem tuge, ante a derrocada, Joana Lina só veio destapar a pequenez política e profissional, que grassa no seu interior.


No entanto a visada poderia evitar a humilhação pública, não o tendo feito, agora só lhe resta a companhia da avenida da sarjeta a céu aberto para lhe escutar a sua celebre frase: “deixem-me trabalhar, que é o que sei fazer!”

Sim, agora, comprovadamente, na lama, onde deverá esgrimir argumentos convincentes de higiene intelectual, para não tornar a ser, mais uma vez, escrava das migalhas ou sobejos do chefe. Que saiba ler as consequências, repousando em paz, no seu canto e, sugestivamente, na companhia da obra de Maquiavel. Far-lhe-á bem!

CORRUPÇÃO O ADN DO MPLA


Depois de ver, como o “verbo” corromper, afinal é trivial, no léxico do Presidente da República, por apenas servir para, vilipendiar, prender, confiscar património e exilar adversários políticos, casos de José Eduardo dos Santos & filhos, José Maria, Higino Carneiro, Helder Vieira Dias Kopelipa, Leopoldino do Nascimento, Jean Claude de Morais, Joaquim Sebastião, Bento Kangamba, Boavida Neto, Norberto Garcia, Carlos de São Vicente, a quem foi denegada justiça, tenham eles cometido ou não ilícitos, merecem um justo processo legal, segundo o art.º 29.º da CRA, logo deveria, no caso dos acusados vigorar o império da Constituição e da lei e nunca a vontade discricionária do chefe, que até lhe compromete a imagem e o futuro.


A recente “compra” da consciência de alguns jovens, infiltrados, no movimento de contestação juvenil: os REVÚS, com conhecimento expresso do Presidente da República é comprometedora, principalmente, ao ter sido, denunciada pelo próprio punho no twitter:  “Louvo o gesto do grupo de jovens, que ontem pediu desculpas públicas pelos seus comportamentos.

Que este exemplo, seja seguido por outros jovens.

Aceitamos o pedido de desculpas, estão perdoados.”

Estimado camarada, João Lourenço, a traição não é um mérito, nem exemplo a ser seguido, por ninguém, fundamentalmente, quando os traidores recebem “dinheiro de sangue”, com o fim único de debilitar a causa comum: bem estar, liberdade, democracia e mandar para as feras (Polícia e Segurança de Estado), companheiros de tantas jornadas.


A traição deve ser tratada com escárnio, combatida de todas as formas, denunciada e expulsa do meio dos jovens e homens de causas justas. Receber dinheiro, para ver os companheiros assassinados, como o foram, Inocêncio da Mata e Silvio Dala, não pode inspirar, ninguém, em sã consciência, pelo contrário.


Neste diapasão a falácia de combate a corrupção caiu estrondosamente, hasteada que foi a metodologia draconiana, criadora da marimbondagem, que não passa de uma luta de galos, entre duas facções: o MPLA que roubou menos (no poder), contra o MPLA que roubou mais (fora do poder), cujo epicentro é a compra de consciências de quem pense com a coluna vertebral. Antes foi infiltrado o agente da Segurança de Estado, Tucayanu, no seio dos jovens, sendo um dos responsáveis pelas mortes de Cassule e Kamulingue, hoje o Executivo de João Lourenço corrompeu com cerca de 15 milhões de Kwanzas, outros jovens, que poderão ter impressões digitais, nos assassinatos de Silvio Dala e Inocêncio da Mata...


Definitivamente, a estabilidade não se alcança, prendendo, assassinando ou corrompendo as mentes de alguns opositores, mas trabalhando no quadro da transparência, boa governação, criação de órgãos de soberania fortes e independentes e a clara implantação de um regime democrata.