Excelência Senhor Presidente da República,

Em nome dos candidatos excluídos ao acesso ao ensino superior, dirijo este pedido de mediação à Vossa Excelência, pois, a situação a que nos encontramos não tem fundamento de o ser, excepto se se querer aumentar o lucro das instituições privadas, visto que estas pertencem aos homens do poder, e o facto de muitas delas verem encerrados os cursos de ciências de educação (os mais concorridos no país), influenciaram para tamanha exclusão social, que, ao fim de tudo, terminará com um elevado número de homens e mulheres excluídos da cidadania activa.

Vejamos o seguinte:

É público que em 2025 fecham as escolas de formação de professores do ensino médio. Com essa suposta lei que permite o aceso aos cursos de ensino primário e pré-escolar para quem formou-se em tais escolas, como será? Ou a mesma tem intenções inconfessas de desfavorecer o MPLA, frustrando a juventude e seus tutores, há exactamente um ano para as eleições?


A exigência de média 14 ou outra, tem sentido sim, mas para países socialmente estáveis e professores altamente qualificados que não têm problemas de qualificação, pois, nossa realidade em que muitos alunos são trabalhadores do sector informal, é muito difícil obtê-la, não por incapacidade, mas por incompatibilidade de tarefas simultâneas e necessárias.

Por que a escolha de ciências de educação?

 

Na ânsia de deixar o sector informal, sendo o mercado de trabalho favorável para tais cursos, tanto no sector público como privado, grande parte da juventude fixou seus interesses nas ciências de educação, que, numa perspectiva patriótica longe dos interesses dos dirigentes que possuem escolas privadas ou subornados pelos proprietários destas, é uma iniciativa louvável.

 

Esperando na boa fé e espírito patriótico a que vossa excelência carrega, termino alertando sobre uma campanha de desmobilização político-patriótico e partidária levada a cabo por elementos que não conhecem os anseios do seu povo e suas condições sociais.

Lázaro Tchissengeti