Luanda - O General Kopelipa é referenciado como sendo o senhor e dono da maior parte dos espaços que noutrora serviram de estaleiros para a construção de condomínios, centralidades e edifícios do Estado com a chancela do Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN). A acusação consta de um processo de ocupação de três hectares de terras no município de Viana, distrito Urbano do Kikuxi.

Fonte: Mira do Crime

Maria da Conceição Pinheiro, anciã de 83 anos de idade, camponesa da Associação Mãos Unidas, procedeu a legalização do terreno e observou o cumprimento das obrigações fiscais, nos anos de 1990, tendo cultivado diversos produtos agrícolas, vedado o espaço com pilares e arame farpado e edificado uma moradia de carácter definitiva.

O NA MIRA DO CRIME, tem em posse um dossier que atesta que em 2006, foi surpreendida com a ocupação do espaço com todos os bens móveis e imóveis nele existente, tendo a GRN transformado o espaço em estaleiro.

Maria da Conceição, recorreu, em 2008, a 2.ª Sessão Cível do Tribunal Provincial de Luanda, com o processo número 268/08-C, registado no competente livro daquele tribunal nº 3 A fls 111 sob o nª 1.268, na altura o Estado - Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN) por via de expropriação indevida lhe foi exigido que reparasse os direitos da cidadã, sendo que, a proprietária teria de ser indemnizada justamente.

De acordo a nossa entrevistada, desembolsou na altura o valor de Kz 2.168.569.00 (dois milhões cento e sessenta e oito mil quinhentos e sessenta e nove Kwanzas), o Tribunal na sua convicção julgado os factos provados, com base na análise conjunta feita ao teor da prova documental junta aos autos dos depoimentos das testemunhas e da inspecção judicial.

As 11 horas, do dia 17 de Abril de 2012, peritos da Inspecção Judicial e do Instituto de Planeamento e Gestão Urbana de Luanda (IPGUL), nomeadamente, o juiz Inácio Paixão, a procuradora Eduarda Rodrigues, bem como os advogados de Maria Pinheiro, fizeram-se presentes para apurar a proporção do valor da indemnização e o volume das obras realizadas no espaço.

Kopelipa entra em cena

O NA MIRA DO CRIME, para provar com factos o que o dossier expõe, foi ao local tendo constatado que o referido espaço é guarnecido pela empresa de segurança Fijoma, propriedade do senhor ‘Massala’, também conhecido por Comandante Massala.

Do contacto feito, para apurar-se quem paga a referida empresa para continuar a guarnecer o espaço, através do chefe de operação ficamos a saber, que a empresa de segurança Fijoma controla parte dos estaleiros antes pertencentes a GRN, numa porção de 60 homens.

Do chefe de operações, apenas identificado por ‘Mendes’ e, por sinal, sobrinho do Comandante Massala, aponta a GHCB, como a empresa que faz os pagamentos na ordem de Kz 3.600.000.00 (três milhões e seiscentos mil kwanzas) mês, cuja pessoas de contacto é um cidadão chinês, apelidado por Cristiano, localizado no km 30.

Entretanto, o NA MIRA DO CRIME, foi surpreendido no dia seguinte, após a reportagem no espaço, com o telefonema do senhor Mendes, dizendo ter falado com o seu tio (Comandante Massala) que garantiu virmos a ser contactos pelo General Kopelipa, dono do espaço.

Ex-funcionário da GRN esclarece

Para tirar a limpo a expropriação dos espaços ocupados para fins de estaleiros pelo Gabinete de Reconstrução Nacional, este Portal contactou um ex-funcionário da GRN que disse:

"A GRN já não existe. Foi extinta e os espaços onde eram seus estaleiros devem ser entregues as donas ou indemniza-las. Todo o resto são oportunistas”, explicou, aconselhando-nos de seguida a procurar a GHCB, para melhor esclarecimentos.

No direito consagrado que cabe o acusado, contactamos, via telefónica a GHCB, mas do outro lado da linha o cidadão que nos atendeu só falava mandarim.

Na tentativa de estabelecer um contacto com o Comandante Massala fomos infrutíferos, já que o mesmo se recusou a falar, tal como afirmou o seu sobrinho e chefe de operações da empresa de segurança Fijoma, identificado apenas por Mendes.