Luanda - Reza a história, que foi no século XVIII, que a região Sul de Angola, em função da carência de estradas para o transporte de mercadorias, foi a partir de 1848, já havia necessidade de se desfazer da forte dependência que aquela região tinha com Benguela, local onde saiam as mercadorias para o vale do Lubango ou o planalto da Chella, com o passar do tempo e com a chegada dos Brasileiros que fugiram de Perna Mbuco, foi fundada à cidade de Moçamedes.
 
Fonte: Club-k.net

Foi no século XIX, que se criou uma outra colónia ao longo da crista da Chella, que segundo o investigador social da Huila Armando Vunda, em 1881, já pertencia aos Bóeres. Os holandeses que de 1601 à 1648, em função da ocupação portuguesa, em e em razão da relação da Dona Maria IIº de Portugal com o Dom Filipe IIIº, de Espanha, Portugal ficou anexado naquele período a Holanda, que se aproveitou dos territórios portugueses, para ocupar o litoral brasileiro, foi o caso de Perna Mbuco e da Baia, em África se encarregou de ocupar SãoTomé, e Angola.
 

Quando Salvador Correia de Sá, correu com eles a 15 de Setembro de 1648, estes Holandeses não regressaram para Europa, foram para os confins do nosso continente, dai fundaram as Repúblicas do Trans Vale, Matale, Orange, à actual África do Sul. Os mesmos aproveitando-se de um Van, que havia fugido da Índia oriental, e que já era cultor de cana-de-açúcar, praticas que de resto já eram consideradas negativas para época, foi assim, que os holandeses que já eram agricultores na sua maioria, se tornaram-se Bóeres.
 

A Inglaterra em 1876, declara o Trans Vale como sua província e as pessoas originárias do litoral angolano, atingiram as fronteiras angolanas. Em 1880, já estavam na comuna da Huila, o facto de o Padre que lá se encontrava em serviço ter sido de naturalidade francesa, apesar da sua nacionalidade portuguesa, não escapou da descriminação dos portugueses, por isso foi bastas vezes marginalizado pelos português, apesar disso, era ele quem levava as mensagens saídas de Moçamedes, na época em que o governador era o Sebastião Nuno da Mata, quando aquele governador se apercebeu que havia uma crispação no seio dos Bóeres, mandou de imediato a informação para metrópole. O Visconde São Januário, que era o Ministro das colónias, autorizou a nacionalidade portuguesa aos 277, Bóeres que se encontravam na Umpata.
 

Com o passar do tempo, o próprio Augusto Câmara Lemos, que estava ligado as obras publicas viu que havia à necessidade de se abrir uma estrada, em razão da lentidão havida na lentidão a nível do escoamento e transportação de pessoas e mercadorias, e porque a transportação era feita em caminhadas de forma zigue- zague, os autóctones, circulavam com as suas mercadorias em sacos e formas de sacolas, o facto que levou o Câmara Lemos, mandar abrir a primeira estrada do Chivunguiro, até a comuna da Huila, estrada esta, que não foi bem-feita, porque estava cheia de troncos e de curvas muito apertadas, pelo que não correspondeu com as expectativas dos seus proponentes da época. Os veículos que eram os carros bóeres, transportavam carroças de madeira puxada por dezoito bois, os carros no interior de Angola só apareceram a partir de 1912, com o primeiro Cadillac, que saiu de Malanje para Henriques de Carvalho, com o general Norton de Matos, os bóeres fizeram várias propostas consideradas positivas, para mudar o quadro inerte de circulação, mas não foram bem sucedidos, importa realçar que a estrada de Chinvinguiro, data de 1882.
 

É assim, que 1864, construiu-se uma outra estrada que passava pela Bibala, e teve como encarregado de obra, o Engenheiro Rosa, o facto deste Engenheiro se chamar Rosa, causou muitos equívocos por parte de muita gente, nas varias atribuições da autoria da Leba, já ouvimos muitas versões sobre esta matéria, houve até quem tivesse dito, que a Leba teria sido construída por uma Engenheira Sul-africana, e que na altura da sua inauguração a mesma teria caído naquele “precipício”.
 

Dizem os estudiosos que a Leba tem uma inclinação de qualquer coisa como um quilómetro, possui 42 curvas, tem uma distância de cerca de vinte quilómetros, foi terminada pela Junta Autónoma de Estradas de Angola entre 1969 a 1972, pelo simbolismo e pela magia e o carácter lendária daquela obra de engenharia, nós consideramos a Serra da Leba a maior obra de Angola de sempre.
 

Cláudio Ramos Fortuna

Urbanista

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